Macron crê que reflexão sobre futuro da Otan passa por diálogo com a Rússia

Watford (Reino Unido), 4 dez (EFE).- O presidente da França, Emmanuel Macron, defendeu nesta quarta-feira o momento de reflexão que a Otan precisa abrir sobre o próprio futuro estratégico, deve levar em conta um diálogo intenso com a Rússia, na busca pela paz na Europa.

"Nossa Aliança tem uma história e também uma geografia, de forma que a segurança e a estabilidade da Europa não podem ser garantidas com solidez, sem que seja posto em prática um diálogo sólido e exigente com a Rússia", disse o chefe de governo, em uma entrevista coletiva após o encerramento da reunião de líderes da Otan.

No encontro, os integrantes decidiram que o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, fará uma proposta para que, com o apoio de especialistas, seja aberta uma reflexão para impulsionar mais a unidade da Otan, após desencontros recentes como a intervenção da Turquia no norte da Síria.

Macron, que disse recentemente acreditar que a organização estava em "morte cerebral", disse que a aposta deve ser por um marco de relações com Moscou, mas que, em todo caso, não se pode sacrificar a segurança ou os interesses dos países.

"Se queremos avançar na instabilidade da Europa, teremos que abrir esse diálogo", afirmou o presidente da França.

A Otan suspendeu a cooperação prática com o governo da Rússia em 2014, devido a anexação considerada ilegal da península ucraniana da Crimeia.

Hoje, Macron também pediu que seja abordado pela Otan o controle do armamento e a não proliferação, depois o fracasso do tratado de redução de mísseis nucleares de curto e médio alcance (INF).

"Precisamos avançar coletivamente, imaginar um processo novo, que nos permita ter garantias, ao menos equivalentes ao INF, encontrar um marco jurídico apropriado e integrar melhor a defesa", disse o chefe de governo francês. EFE