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ONU responsabiliza Carabineros do Chile por violações aos direitos humanos

13/12/2019 12h55

Genebra, 13 dez (EFE).- A ONU apontou nesta sexta-feira que os Carabineros, a instituição de polícia ostensiva do Chile, são os principais responsáveis pelas violações aos direitos humanos nos protestos que começaram em novembro no país e cobraram que as autoridades locais determinem as responsabilidades individuais.

A chefe da missão das Nações Unidas que visitou o Chile, Imma Guerras-Delgado, afirmou que a reação às manifestações pacíficas foi "repressiva" e que os agentes utilizaram força letal contra as pessoas, para evitar que chegassem a pontos de concentração determinados.

"As violações que temos documentado incluem uso excessivo e desnecessário da força, o que provocou mortes e feridos, detenções arbitrárias, tortura e maus tratos, além da incluída violência sexual", disse a representante da ONU, em entrevista coletiva.

Guerras-Delgado ainda citou práticas recorrentes "no tempo e espaço", em particular, o mau uso de armas não letais, em participar os gases lacrimogêneos e as balas de borracha.

De acordo com a chefe da missão da ONU, o número de feridos nas manifestações, de acordo com diferentes fontes, varia de 3,5 mil para 11 mil, sendo que 350 delas foram feridas no rosto ou nos olhos, por munição de borracha que continha chumbo.

"Há razões fundamentadas para acreditar que foram usadas armas menos letais de forma inadequada e indiscriminada, o que vai contra os princípios internacionais destinados a minimizar o risco aos feridos", explicou Guerras-Delgado.

Ao todo, a equipe da ONU colheu depoimento de 235 vítimas e familiares, assim como de carabineros, inclusive, alguns que se feriram durante os protestos.

Foram documentados pela missão das Nações Unidas, 113 casos específicos de tortura e maus tratos, além de violência sexual contra mulheres, homens e adolescentes, cometidos por policiais. EFE