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Keiko Fujimori é alvo de nova investigação por tráfico de influência

Caso está ligado à investigação sobre Keiko supostamente ter recebido dinheiro ilegal da Odebrecht durante a campanha eleitoral - Luka Gonzales/AFP
Caso está ligado à investigação sobre Keiko supostamente ter recebido dinheiro ilegal da Odebrecht durante a campanha eleitoral Imagem: Luka Gonzales/AFP

24/12/2019 13h42

Lima, 24 dez (EFE) - A líder opositora Keiko Fujimori, filha do ex-ditador Alberto Fujimori, foi denunciada pelo procurador Anticorrupção do Peru, Amado Enco, pelo crime de tráfico de influência ligado a uma grande rede de corrupção na Justiça do país.

Enco incluiu em sua denúncia ao Ministério Público os parlamentares Miguel Torres e Hector Becerril, do partido fujimorista Força Popular e atuais membros da Comissão Permanente do Congresso que foi dissolvida no final de setembro pelo presidente Martin Vizcarra.

O procurador atribui a Keiko a tentativa de buscar influência na Justiça através de César Hinostroza, ex-juiz do Supremo Tribunal que atualmente está na Espanha aguardando extradição para o Peru.

Vínculo com o caso Odebrecht

Este novo caso está intimamente relacionado à investigação que já está sendo realizada pelo Ministério Público peruano sobre Keiko supostamente ter cometido o crime de lavagem de dinheiro durante suas campanhas eleitorais, nas quais teria recebido dinheiro ilegal da construtora brasileira Odebrecht.

Segundo o procurador, houve tráfico de influência porque Keiko procurou Hinostroza, que era presidente do Supremo Tribunal, para tentar inverter a investigação fiscal por lavagem de dinheiro da qual ela é alvo.

Enco baseou a denúncia em uma declaração do empresário Antonio Camayo, que afirmou ao Ministério Público que a "Sra. K" que ele mencionou em uma conversa telefônica com Hinostroza interceptada pela polícia era Keiko Fujimori.

Outro embasamento foi o depoimento do ex-presidente do Congresso Daniel Salaverry, que disse que Keiko lhe pediu para intermediar negociações com Hinostroza.

Defesa nega acusação

Após ser informada sobre a investigação, a advogada de Fujimori, Giulliana Loza, afirmou que ela ainda não tinha recebido notificação oficial a respeito, mas argumentou que, quando isso acontecer, vai responder a esta "falsa acusação nas instâncias correspondentes".

Loza disse à rede de televisão "Canal N" que "não há nenhuma declaração que seja do conhecimento da defesa (...) que aponte qualquer coordenação entre Keiko e o Sr. Hinostroza".

A advogada de Keiko também ratificou sua posição de que "há um desespero constante por parte da equipe de promotores" da versão peruana da operação Lava Jato para "prejudicar a Sra. Keiko Fujimori criando falsas acusações, como acontece todos os dias".

Novo pedido de prisão

Keiko, que ficou presa preventivamente por 13 meses até 29 de novembro, estará nesta quinta-feira em uma audiência judicial na qual será analisado um novo pedido do Ministério Público de 36 meses de prisão contra ela.

Na semana passada, ao tomar conhecimento desta informação, Keiko declarou que o pedido é "o presente mais perverso" que recebeu antes do Natal e anunciou que fará "uma pausa" nas atividades políticas para responder as acusações.