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Netflix lança série sobre morte de procurador que acusou Cristina Kirchner

01/01/2020 11h50

Buenos Aires, 1 jan (EFE).- A Netflix estreou nesta quarta-feira a série documental "Nisman: O Promotor, a Presidente e o Espião", que aborda a morte de Alberto Nisman, o procurador argentino que acusou a então presidente Cristina Kirchner - hoje vice-presidente - de encobrir os autores do atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) que causou 85 mortes em 1994.

A "morte suspeita", como descreveu a plataforma, continua sem esclarecimento depois de quase cinco anos e, embora as primeiras investigações tenham concluído que o procurador se suicidou, uma nova perícia realizada pela Gendarmaria Nacional Argentina em 2017 determinou que Nisman foi assassinado por dois homens após ter sido drogado com cetamina.

A série, dividida em seis capítulos, é dirigida por Justin Webster e conta com depoimentos de pessoas diretamente envolvidas com Nisman, como a procuradora que investigou a morte, Viviana Fein; a ex-esposa de Nisman, Sandra Arroyo Salgado; o ex-secretário de Inteligência, Oscar Parrilli; e o ex-espião Antonio Stiuso.

Stiuso foi acusado pelo governo de Cristina Kirchner de estar envolvido na morte de Nisman, com quem o ex-chefe de Operações da Secretaria de Inteligência colaborou na investigação da AMIA. Além disso, ambos conversaram por telefone antes da morte do segundo.

Na televisão, Nisman acusou Cristina Kirchner de ter participado de uma negociação junto com o ex-ministro das Relações Exteriores Héctor Timerman para encobrir os altos cargos iranianos que estariam envolvidos no atentado, o maior da história da Argentina, que completou 25 anos em julho do ano passado e não acarretou nenhuma prisão até agora.

Nisman foi encontrado morto em 18 de janeiro de 2015 com um tiro na cabeça e uma arma na mão direita, quatro dias após fazer a acusação e às vésperas de comparecer ao Congresso.

O procurador tinha pedido a arma com a qual foi encontrado para um de seus colaboradores, Diego Lagomarsino, porque temia pela própria segurança. EFE