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Maduro diz que Guaidó não quis "mostrar a cara" em eleição no parlamento

05/01/2020 20h03

Caracas, 5 jan (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou neste domingo que o opositor Juan Guaidó não quis "mostrar a cara" na Assembleia Nacional do país durante a votação na qual Luis Parra foi eleito como novo chefe do parlamento com apoio do chavismo.

"Ele não quis mostrar a cara para enfrentar aquela situação", afirmou Maduro durante a inauguração de um estádio de beisebol na cidade de La Guaira, nos arredores de Caracas.

Imagens gravadas nos arredores da Assembleia Nacional antes da votação contrariam Maduro. Guaidó foi impedido de entrar no Palácio do Legislativo por agentes da Polícia Nacional Bolivariana e da Guarda Nacional Bolivariana, ambas controladas pelo líder chavista.

Em um dos momentos de maior tensão, o líder da oposição tentou pular uma grade que cerca o edifício, mas foi impedido pelas forças de segurança. Sem a presença de Guaidó e outros aliados do deputado, os chavistas elegeram Parra, em uma votação contestada por vários países da região.

Parra, que foi expulso do Primeiro Justicia, partido do ex-candidato à presidência Henrique Capriles, contou com o apoio de alguns poucos parlamentares dissidentes do grupo principal de oposição. Eles são acusados de corrupção por aceitarem dialogar com Maduro e outras lideranças chavistas.

Além de criticar Guaidó, Maduro reconheceu Parra como novo presidente da Assembleia Nacional, cargo antes ocupado por seu adversário político.

"A Assembleia Nacional tomou uma decisão e nomeou uma nova direção da oposição encabeçada pelo deputado Luis Parra", disse Maduro.

O presidente da Venezuela ainda afirmou que uma possível derrota de Guaidó era especulada desde novembro e classificou a votação em Parra como uma "rebelião" na Assembleia Nacional, ainda que ele tenha sido votado quase exclusivamente por parlamentares chavistas.

"É um processo que vem de dentro porque o país repudia Guaidó, um fantoche do imperialismo, um ser muito corrupto", afirmou Maduro.

Sobre a forte presença de agentes nos arredores do parlamento, o líder chavista disse que o reforço na segurança teria sido solicitado pelo próprio Guaidó e alguns de seus principais aliados.

"É o mesmo esquema de segurança que montamos todos os dias 5 de janeiro há 20 anos", disse o presidente da Venezuela, citando a data de início dos trabalhos na Assembleia Nacional. EFE