Chile terá comissão para investigar violações a direitos humanos em protestos
Santiago (Chile), 8 jan (EFE).- A Câmara de Deputados do Chile aprovou nesta quarta-feira a criação de uma comissão para investigar violações aos direitos humanos por parte das forças de segurança durante a onda de protestos que abala o país desde outubro.
O período que será investigado pela comissão começa em 28 de outubro, quando o presidente do Chile, Sebastián Piñera, suspendeu o estado de emergência que estava em vigor há nove dias e que deu ao Exército a missão de restabelecer a ordem pública após a série de manifestações que começou um dia antes.
A criação da comissão foi aprovada por 76 votos a favor, 39 contra e oito abstenções. O objetivo da medida é investigar a atuação do governo, especialmente o Ministério do Interior, e das duas forças de segurança do país - os Carabineiros (polícia militarizada) e a Polícia de Investigação (PDI) - na repressão aos protestos.
Várias organizações internacionais, como a Anistia Internacional, a Human Rights Watch e a ONU, denunciaram abusos cometidos ao longo das manifestações. O Instituto Nacional de Direitos Humanos abriu mais de 1 mil processos contra o governo por casos de tortura, violência sexual. Cinco das ações acusam membros do aparato de segurança de homicídio.
Os protestos que exigem a adoção de um modelo mais justo do Chile entram no terceiro mês, apesar de mais fracos do que o início do movimento em outubro. Além das denúncias de violação de direitos humanos, as manifestações também foram palco de episódios de extrema violência, com registro de saques, incêndios e destruição de propriedades públicas.
Até o momento, 27 pessoas morreram durante os protestos. Cinco delas teriam sido vítimas de excesso da polícia na repressão aos protestos. EFE
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