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Texas se torna primeiro estado dos EUA que se nega a receber refugiados

10/01/2020 22h51

Washington, 10 jan (EFE).- O Texas anunciou nesta sexta-feira que se tornará o primeiro estado dos Estados Unidos que se nega a receber refugiados, uma decisão que ocorre depois de o presidente do país, Donald Trump, dar essa opção aos governadores.

O governador do Texas, o republicano Greg Abbott, enviou uma carta ao secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, na qual afirmou que o estado "não pode se comprometer com os planos iniciais de reassentamento de refugiados para o ano fiscal de 2020".

O Texas é o estado que mais refugiado recebe nos EUA, com quase 2,5 mil no ano fiscal de 2019. Por esse motivo, o anúncio gerou críticas de grupos que defendem os direitos dos imigrantes no país.

"Estamos decepcionados com essa atroz violação da nossa liberdade religiosa", disse em comunicado o Serviço Luterano de Imigração e Refugiados, uma das principais agências que trabalham com o grupo no país.

"Historicamente, o Texas tem sido uma fonte de esperança para os refugiados em todo o mundo. É indignante que o estado recue em seu legado de acolhimento e compaixão", completou a organização.

Abbott disse que o Texas está pressionado por receber mais refugiados que nenhum outro estado desde 2010. Além disso, segundo ele, as autoridades locais têm tido que ligar com "problemas desproporcionais" de imigração devido à localização próxima à fronteira com o México.

A decisão do governador usa como base uma ordem executiva assinada em setembro por Trump, que deu aos estados americanos a possibilidade de serem excluídos da distribuição de refugiados feita pelo governo federal.

Até agora, 41 dos 50 governadores do país, entre eles 18 republicanos, aceitaram receber refugiados no ano fiscal de 2020.

Desde que chegou ao poder, Trump vem reduzindo o número de refugiados aceitos pelos EUA anualmente. Para este ano fiscal, o limite será de 18 mil, o mais baixo em décadas.

O anúncio do Texas foi conhecido no mesmo dia em que a imprensa americana noticiou que a Casa Branca está estudando ampliar o veto migratório para incluir mais países, ainda não determinados, em meio à campanha para as eleições presidenciais de novembro.

A terceira versão desse veto segue em vigor e impede a entrada no país de cidadãos de vários países de maioria muçulmana, como Líbia, Irã, Somália, Síria e Iêmen. Há também restrições para venezuelanos e norte-coreanos. EFE