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EUA restringem entrada de general da Guarda Revolucionária do Irã

17/01/2020 18h58

Washington, 17 jan (EFE).- O governo do presidente Donald Trump restringiu nesta sexta-feira a entrada do general de brigada da Guarda Revolucionária do Irã, Hassan Shavapour, nos Estados Unidos por ter "supervisionado o massacre" da cidade de Mahshahr, onde 148 pessoas morreram em novembro, segundo Washington.

Em entrevista coletiva, Brian Hook, o encarregado do Departamento de Estado para o Irã, anunciou novas restrições que impedirão Shavapour de obter um visto para viajar aos EUA.

"O general Shavapour cometeu graves violações dos direitos humanos contra os manifestantes em Mahshahr. Foi ele quem supervisionou o massacre de 148 iranianos indefesos na região de Mahshahr, em novembro do ano passado", explicou Hook.

O diplomata disse que o próprio general iraniano estava "no comando das unidades responsáveis pelo violento castigo e pela repressão letal em torno de Mahshahr".

Em dezembro, o governo dos EUA culpou o Irã por mais de mil mortes em meio aos protestos contra o aumento do preço da gasolina e o racionamento, o que levou a manifestações e críticas ao sistema teocrático do país.

Sem revelar muitos detalhes, Hook disse que os EUA receberam recentemente novas informações sobre o suposto papel de Shavapour nesses protestos graças a vídeos enviados através de um canal que o Departamento de Estado abriu para que os iranianos apresentem denúncias. Esse canal recebeu 88 mil pistas sobre as atividades do governo iraniano, segundo Hook.

Além disso, o diplomata aproveitou a entrevista para responder ao líder supremo do Irã, Ali Khamenei, que hoje advertiu que a Guarda Revolucionária pode levar sua luta para fora de suas fronteiras.

"Como o regime ameaça o mundo, ele se isolará ainda mais até se comportar como uma nação normal. O seu isolamento só vai se aprofundar", respondeu Hook.

Irã e Estados Unidos, que não mantêm relações diplomáticas desde 1979, já passaram por diversas crises desde que Trump ordenou que os EUA saíssem do acordo nuclear assinado em 2018. Com a retirada, o governo americano impôs mais uma vez duras sanções à economia iraniana.

Em janeiro deste ano, a tensão aumentou chegou ao ápice com o assassinato do general iraniano Qasem Soleimani em um bombardeio americano em Bagdá, o qual Teerã respondeu com um ataque a uma base militar no Iraque com a presença de tropas americanas.