Ex-vice-presidente da Colômbia deixa cargo de embaixador em Washington
A saída de Santos, vice-presidente da Colômbia durante o governo de Álvaro Uribe entre 2002 e 2010, ocorre depois do escândalo gerado pela divulgação de uma conversa entre ele e a ministra das Relações Exteriores do país, Claudia Blum, na qual o agora diplomata criticava duramente o Departamento de Estado dos EUA.
Para justificar a saída, o ex-vice-presidente da Colômbia publicou uma carta de mais de 2 mil palavras na qual recusa outro posto no governo de Duque para "recuperar a possibilidade de opinar com liberdade".
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"Com a satisfação do dever cumprido, hoje me permito apresentar minha renúncia a este cargo", escreveu o ex-embaixador no texto, enviado ao presidente da Colômbia, a quem agradece pela oferta negada de seguir trabalhando pelo país em outro posto.
"Penso que chegou para mim o momento de recuperar a possibilidade de opinar com liberdade sobre a interessante e desafiante conjuntura que o nosso país está vivendo. Desejo seguir servindo aos colombianos por meio da minha luta pelas ideias democráticas e pela verdade", escreveu Santos.
Na carta, o ex-vice-presidente também enumerou as conquistas de seu período como embaixador em Washington. Entre elas, ele destacou o fortalecimento das relações entre Colômbia e EUA no combate ao narcotráfico e a concessão de ajuda por parte do Congresso americano ao país para ajudar a amenizar os impactos da crise da Venezuela.
As declarações que vazaram de Santos geraram muitas críticas na Colômbia e nos EUA. Para representantes dos dois governos, o agora ex-embaixador já não tinha mais condições
de seguir sendo o interlocutor do país em negociações com os americanos.
Além disso, na conversa com Blum, o ex-vice-presidente criticou o atual ministro da Defesa, Carlos Holmes Trujillo, que já foi chanceler do país.
A renúncia de Santos, que ocupava o cargo de embaixador da Colômbia nos EUA desde julho de 2018, ocorre às vésperas de uma viagem do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, a Bogotá para se reunir com Duque.
Na Colômbia, onde chega na próxima segunda-feira, Pompeo também participará da terceira reunião ministerial da América Latina para lutar contra o terrorismo.