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Iraque registra 1º morte de 2020 em protestos contra o governo em Bagdá

17/01/2020 18h57

Bagdá, 17 jan (EFE).- Uma pessoa morreu e 15 ficaram feridas, uma delas em estado grave, nesta sexta-feira em confrontos entre manifestantes e as forças de segurança do Iraque durante um protesto contra o governo em Bagdá, capital do país.

Esta foi a primeira morte registrada em manifestações em 2020. No ano passado, centenas de pessoas perderam a vida na onda de protestos que abala o país há quatro meses.

Uma fonte do Ministério do Interior do Iraque, que pediu anonimato, disse à Agência Efe que os agentes lançaram bombas de som e de gás lacrimogêneo contra os participantes do protesto quando eles tentaram cruzar a ponte Al Sank, que fica a menos de 1km da praça Tahrir, o epicentro do movimento.

A ponte leva ao centro de Bagdá, onde estão as sedes de alguns ministérios. Os manifestantes romperam as barreiras instaladas pelos policiais, que responderam com as bombas de gás lacrimogêneo para dispersá-los e impedir a passagem pelo local.

O uso da força, muito criticado por organizações civis locais e internacionais, já causou dezenas de mortes desde o ano passado por asfixia ou impacto direto das bombas lançadas pelos agentes para reprimir os protestos.

O porta-voz do primeiro-ministro do Iraque, Abdel Abdul Mahdi, e comandante-geral das Forças Armadas, Abdul Karim Khalaf, disse à agência estatal "INA" que as barricadas instaladas na área da ponte foram atacadas por "sabotadores".

Khalaf ainda afirmou que as forças de segurança usam métodos "não mortais" para conter os manifestantes, mas não se pronunciou sobre as vítimas dos confrontos de hoje.

A situação continua tensa no centro de Bagdá, onde milhares de pessoas protestam para exigir um novo governo liderado por um primeiro-ministro independente, capaz de convocar eleições antecipadas que seriam supervisionadas pela ONU.

Segundo a Comissão de Direitos Humanos do Iraque, cerca de 500 pessoas morreram e mais de 25 mil ficaram feridas em todo o país desde o início dos protestos, que foram especialmente violentos nas províncias do sul.