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Ataque armado a mercado em Burkina Faso deixa 39 mortos

29/01/2020 17h41

Uagadugu, 29 jan (EFE).- Pelo menos 39 pessoas morreram em um suposto ataque jihadista contra um mercado no norte de Burkina Faso no sábado passado, segundo confirmou o governo.

O ataque de homens armados não identificados ocorreu em Silgadji, na região do Sahel, no dia 25, mas a informação só veio à tona nesta semana.

"As operações de rastreamento realizadas na zona pelas Forças de Defesa e Segurança nos permitem verificar a morte de 39 dos nossos concidadãos neste ataque covarde e bárbaro", disse o governo em comunicado divulgado na noite de terça-feira.

O governo disse estar empenhado para "criar todas as condições possíveis para a segurança efetiva dos habitantes das aldeias em áreas que são alvo de ataques de grupos terroristas armados".

Os números contrastam com os divulgados na terça-feira pela imprensa local, como o portal "Infowakat", para o qual fontes das forças de segurança falaram de "pelo menos 50 civis mortos".

Segundo essas fontes, o departamento de Tongomayel, onde está localizada a aldeia atacada, ficou incomunicável porque os agressores destruíram a infraestrutura da rede de comunicação para evitar que os habitantes locais alertassem as autoridades.

Um policial disse à Agência Efe, sob condição de anonimato, que havia perdido seis parentes, acrescentando que a população foi abandonada à própria sorte depois de alertar várias vezes o Exército sobre o perigo dos supostos terroristas, que anteriormente ameaçaram atacar Silgadji.

Silgadji já foi alvo de ataques. Em abril do ano passado, pelo menos seis pessoas foram assassinadas por um grupo de homens armados em uma igreja protestante. Essa foi a primeira vez que uma igreja foi atacada em Burkina Faso desde o início dos ataques jihadistas no país, em 2015.

O terrorismo em Burkina Faso começou em abril de 2015, quando membros de um grupo ligado à rede Al Qaeda raptaram um segurança romeno de uma mina de manganês em Tambao, no norte do país, que ainda está desaparecido. Desde então, o número de ataques atribuídos a grupos afiliados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico aumentou.

A região mais afetada por esta crescente insegurança é o Sahel, que partilha uma fronteira com Mali e Níger e é foco frequente de ataques armados e sequestros.

Burkina Faso é um dos cinco países que compõem a força conjunta do G5 Sahel - juntamente com Mali, Mauritânia, Níger e Chade - com o objetivo de combater o terrorismo jihadista na região.