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Unesco diz que metade dos alunos no mundo está sem escola devido a Covid-19

18/03/2020 18h25

Paris, 18 mar (EFE).- Metade dos estudantes do mundo - aproximadamente 850 milhões de pessoas - está incapacitada de frequentar a escola ou universidade por causa da pandemia do novo coronavírus, número que dobrou em quatro dias, conforme informou a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) nesta quarta-feira.

De acordo com os últimos dados da Unesco, que são de ontem, 102 países mantêm seu sistema educacional totalmente fechado e outros 11 impuseram fechamentos locais para retardar o avanço da Covid-19.

No início do mês, a Unesco já havia alertado que mais de 290 milhões de estudantes não poderiam frequentar suas escolas, com o fechamento total do sistema educacional presencial em 13 países e em nove outros parcialmente.

"A escala e a velocidade do fechamento de escolas e universidades representam um desafio sem precedentes para o setor educacional", disse a organização, que disponibilizou conselhos para ensino à distância aos países afetados.

Paralelamente, realiza reuniões virtuais periódicas com os ministros da Educação de todo o mundo - como a realizada à distância no último dia 10 - para compartilhar experiências e avaliar necessidades prioritárias.

A Unesco anunciou o lançamento de uma Coalizão Global em conjunto com organizações multilaterais e o setor privado, com empresas como Microsoft e GSMA, "para ajudar os países a implantar sistemas de ensino à distância, a fim de minimizar a interrupção educacional e manter o contato social com os alunos".

Para a diretora-geral da organização, Audrey Azoulay, a situação criada pela Covid-19 impõe aos países "desafios para proporcionar um aprendizado ininterrupto a todas as crianças e jovens de maneira equitativa".

Azoulay considerou que a crise do coronavírus pode ser "uma oportunidade para repensar a educação, expandir o ensino à distância e tornar os sistemas educacionais mais resilientes, abertos e inovadores".

Já a subdiretora geral de Educação da Unesco, Stefania Giannini, alertou que as dificuldades se tornarão mais agudas se a situação se prolongar.

"As escolas, por mais imperfeitas que sejam, desempenham um papel de equalização na sociedade e quando são fechadas, as desigualdades são agravadas", disse a italiana, uma vez que os alunos pertencentes a famílias desfavorecidas têm menos oportunidades educacionais fora da escola e muitas crianças ficam sem acesso a refeições gratuitas ou subsidiadas. EFE

lmpg/phg