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Covid-19 acaba com 10 milhões de empregos nos EUA, e contágios avançam

03/04/2020 04h43

Nova York/Miami, 2 abr (EFE).- A paralisia econômica causada nos Estados Unidos pela pandemia do coronavírus SARS-CoV-2 deixou quase 10 milhões de pessoas sem emprego nas últimas duas semanas, enquanto o número de contágios segue aumentando rapidamente, como na Flórida, onde nesta quinta-feira foi superada a marca de 8 mil casos, e Nova York, atual epicentro mundial do problema e onde a quantidade de casos confirmados se aproxima de 100 mil.

Ao todo, 6,64 milhões de pessoas em todo o país entraram na lista de desempregados na semana passada, unindo-se aos 3,28 milhões de trabalhadores que tinham solicitado o seguro-desemprego na semana anterior.

Estes são números "catastróficos", que vários analistas já antecipavam devido às medidas de isolamento que estão sendo tomadas em cada vez mais estados do país para tentar conter a Covid-19, que já atingiu 216 mil pessoas em todos os Estados Unidos.

Alguns especialistas previram que o índice de desemprego, que antes da crise era de 3,5%, o nível mais baixo em 50 anos, pode chegar a 20%.

O número de empregos destruídos nestes 14 dias é equivalente ao número de empregos perdidos nos primeiros seis meses da crise em 2008, quando a taxa de desemprego atingiu 10%.

O setor hoteleiro e de restauração é o mais afetado, seguido por outros serviços como os cuidados de saúde, indústria manufatureira, comércio e construção.

Basta olhar cidades como Nova York, onde todos os negócios que não são considerados essenciais foram fechados, para perceber o quanto a atividade económica e comercial parou.

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, anunciou hoje que o número de pessoas infectadas no estado subiu para 92.381 (8.669 a mais do que na quarta-feira) e o número de mortes para 2.373 (432 acima da quantidade de ontem).

Na entrevista coletiva diária, Cuomo explicou que o maior número de pessoas infectadas no estado continua sendo registrado em Nova York, com 51.809 casos, 4.370 a mais do que no dia anterior.

CRUZEIRO COM CONTAGIADOS.

Na Flórida, onde as medidas de contenção, incluindo o fechamento de todas as empresas não essenciais, entrarão em vigor à meia-noite de hoje, o número de infecções já ultrapassou 8.000 e o número de mortes já atingiu 128.

Enquanto isso, os 1.250 passageiros do cruzeiro Zaandam, divididos entre este navio e o Rotterdam, esperam poder desembarcar no porto de Evergaldes, em Fort Lauderdale, e dar fim ao pesadelo, que começou quando foram detectados casos de coronavírus a bordo do navio que deixou Buenos Aires em 7 de março.

A Holland America Line (HAL) confirmou nesta quinta-feira que o condado de Broward autorizou Zaandam e Rotterdam a desembarcarem passageiros e tripulação em Port Everglades em Fort Lauderdale, cerca de 40 quilômetros ao norte de Miami.

O primeiro a chegar foi o Rotterdam, seguido pelo Zaandam, como testemunhado pela Agência Efe. A prioridade nesta quinta-feira será a saída de pessoas que necessitam de cuidados médicos, e o desembarque do resto está previsto para esta sexta-feira, de acordo com a HAL.

"Esses viajantes poderiam ter sido qualquer um de nós ou de nossas famílias, presos inesperadamente no meio desse fechamento sem precedentes das fronteiras do mundo que ocorreu em questão de dias e sem aviso prévio", disse o presidente da HAL, Orlando Ashford, em comunicado.

Os passageiros assintomáticos - cerca de 1.200 - serão autorizados a desembarcar e, após um exame de saúde, serão transferidos para aeroportos próximos. Os passageiros em estado grave serão levados para hospitais, e aqueles com sintomas leves permanecerão a bordo até se recuperarem.

Entre os 1.250 passageiros do Zaandam, agora divididos entre os dois navios, estão 311 americanos, 248 canadenses, 232 britânicos, 141 australianos, 104 franceses, 75 alemães, 26 suecos, 17 holandeses, 11 suíços, 11 argentinos e cinco mexicanos, e o resto de diversas nacionalidades.