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Presidente da Argentina descarta flexibilizar quarentena em centros urbanos

08/04/2020 16h52

Buenos Aires, 8 abr (EFE).- O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou nesta quarta-feira que a quarentena total obrigatória decretada no país seguirá após o dia 13 de abril e não será flexibilizada nos grandes centros urbanos, para evitar que haja uma disparada no número de casos de Covid-19.

"Não podemos ter uma recaída. Todo o esforço feito é muito importante", explicou o chefe de governo, em entrevista ao "Canal 13".

As declarações de Fernández serviram para desmentir boatos de que o isolamento social obrigatório, em vigor desde 20 de março, poderia começar a ser encerrado de maneira gradual.

O presidente argentino ainda garantiu estar em alerta, pois, durante uma viagem de helicóptero realizada ontem, percebeu maior movimentação de pessoas na região metropolitana de Buenos Aires.

"Em centros urbanos, como a área metropolitana de Buenos Aires, seremos mais rigorosos, porque também vemos um certo relaxamento que nos preocupa", explicou.

Fernández lembrou que especialistas apontam que na segunda quinzena de maio será registrado o pico mais alto de casos da Covid-19, por isso, é necessário prolongar o decreto que obriga o isolamento social.

"Estamos em uma pandemia e estamos tentando deixar o contágio lento, para poder atender a todos. Mas, estamos nos preparando para tempos mais difíceis, com mais contágios", admitiu.

Até o momento, a Argentina registra 1.715 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus e 60 mortes. Ao todo, 358 pessoas são consideradas curadas da Covid-19.

SITUAÇÃO ECONÔMICA.

Ontem, Fernández e a cúpula do governo discutiu as questões de saúde e economia relacionadas à pandemia com os governadores dos 24 distritos do país. Nela, o presidente explicou que pode avaliar flexibilizar alguma atividade em particular, desde que não envolva riscos e a partir de avaliação de infectologistas e sanitaristas.

"Há preocupação por reabrir as fábricas e uma certa ansiedade que eu entendo", afirmou.

Fernández garantiu que o governo argentino dará assistência às províncias e empresas e admitiu que analistas estão prevendo um aprofundamento na recessão no país.

"O que mais me preocupa é a saúde dos argentinos, mas isso não quer dizer que não me preocupa a economia. Por isso, vamos fazer tudo o que for possível para preservar as empresas e os postos de trabalho", garantiu.