Trump ameaça fechar Congresso para nomear funcionários sem supervisão
Trump apelou para um poder constitucional nunca antes utilizado para ameaçar o fechamento da Câmara e do Senado se não concordarem em se reunir ou suspender suas atividades por iniciativa própria.
"A prática atual de deixar a cidade (Washington) enquanto conduz sessões 'pro forma' falsas é um descaso do dever que o povo americano não pode pagar durante esta crise. É um esquema. O que eles estão fazendo é um esquema, e todos sabem disso", denunciou Trump em entrevista coletiva.
O fato de o Congresso permanecer formalmente aberto, mas inativo, não permite que o chefe de governo nomeie pessoas automaticamente para o cargo. Ele culpou o Partido Democrata pela paralisação e assumiu que o Senado, controlado pelo Partido Republicano, concordaria em suspender suas atividades para lhe dar esse poder.
"Se a Câmara (controlada pelos democratas) não concordar com essa suspensão, exercerei minha autoridade constitucional para fechar ambas as casas", prometeu Trump, dizendo que o governo precisa dos congressistas para voltar ao trabalho.
"Eles sabem. Eles foram avisados e estão sendo avisados agora mesmo. Se eles não aprovarem, então vamos por esse caminho, e eles provavelmente nos levarão à corte, e veremos quem ganha", completou.
O presidente afirmou que há 129 cargos aguardando aprovação do Senado para assumir seus postos, alguns, segundo ele, vitais para ajudar a conter a propagação da pandemia do novo coronavírus, como o diretor da Inteligência Nacional e secretário adjunto de Agricultura, responsável pelos programas alimentares.
A previsão é que o Senado se reúna novamente na próxima segunda-feira, enquanto a Câmara não deve ter atividades antes de 4 de maio. Apesar disso, os congressistas conseguiram negociar, legislar e aprovar no final de março o pacote de estímulo econômico de US$ 2,2 trilhões para responder à COVID-19, o maior da história dos Estados Unidos.
Em Washington, D.C., sede do Congresso e da Casa Branca, está em vigor uma ordem de confinamento que justamente nesta quarta foi estendida pela prefeita Muriel Bowser até 15 de maio. EFE
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