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EUA culpam EI por dois ataques com 56 mortos no Afeganistão

15/05/2020 18h19

Cabul, 15 mai (EFE).- O representante especial dos Estados Unidos para o Afeganistão, Zalmay Khalilzad, apontou nesta sexta-feira o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) como autor dos ataques ocorridos na última terça em uma maternidade e de um funeral que deixou 56 mortes e 149 feridos, contradizendo o governo afegão, que ligou a ação ao Talibã.

"O governo dos EUA avaliou que o grupo do Estado Islâmico realizou os terríveis ataques a uma maternidade e a um funeral no início desta semana no Afeganistão", escreveu Khalilzad no Twitter, argumentando que "o EI demonstrou um padrão de favorecimento de ataques tão hediondos a civis".

Segundo o representante americano para a reconciliação afegã, que assinou um acordo histórico em Doha com o Talibã, em fevereiro, o EI "se opõe" a um acordo de paz entre o governo afegão e os insurgentes e, por exemplo, "procura incentivar uma guerra sectária como a do Iraque e da Síria".

A área em que o hospital está localizado em Cabul é habitada principalmente por membros da minoria xiita Hazara, alvo frequente de ataques do grupo jihadista nos últimos anos.

"Em vez de cair na armadilha do EI e adiar ou impedir a paz, os afegãos devem se unir para acabar com essa ameaça e buscar uma oportunidade histórica de paz. Sem mais desculpas. Os afegãos e o mundo merecem algo melhor", disse Khalilzad.

No ataque à maternidade em Cabul, 24 pessoas morreram, 11 delas eram mães, das quais três já estavam em salas de parto, conforme relatado ontem pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF).

As outras vítimas foram em um ataque suicida durante a realização de um funeral de um comandante da polícia na província de Nangarhar, considerada até novembro do ano passado a fortaleza do EI no Afeganistão.