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Juiz determina prisão domiciliar a Abdalá Bucaram, ex-presidente do Equador

04/06/2020 18h41

Quito, 4 jun (EFE).- Um juiz equatoriano emitiu medidas alternativas à prisão preventiva para o ex-presidente Abdalá Bucaram, que deverá cumprir prisão domiciliar após ser denunciado por suposto crime de tráfico ilícito de armas de fogo pelo Ministério Público.

Bucaram, de 68 anos, foi detido na manhã de quarta-feira, na própria residência em Guayaquil, durante uma operação ordenada pela Procuradoria-Geral da República nesta cidade e em Quito, durante investigações por suposta corrupção na compra de produtos médicos durante a pandemia de Covid-19.

Na casa do ex-presidente, que governou o Equador por seis meses entre 1996 e 1997, foi encontrada "em seu poder uma arma de fogo sem justificativa de posse", informou o Ministério Público equatoriano nas redes sociais.

Fernando Rosero, advogado de Bucaram, argumentou que a arma era um presente recebido pelo cliente há vários anos.

A operação também inspecionou a residência do governador da província de Guayas, Carlos Luis Morales, por outro suposto caso de tráfico de influência na compra de material médico nos últimos dois meses e meio, embora neste caso a implicação possa corresponder a dois enteados.

No Twitter, o Ministério Público revelou nesta quinta-feira que denunciou Morales e outras sete pessoas por suposto tráfico de influência na aquisição de produtos médicos no governo da província de Guayas, cuja capital é Guayaquil.

Um juiz determinou aos envolvidos "a proibição de sair do país, a apresentação periódica e uso de dispositivo de vigilância", detalhou o órgão.

A operação realizada na quarta-feira terminou com 17 detidos e 37 inspeções nas duas regiões mencionadas. A procuradora-geral, Diana Salazar, afirmou que os crimes investigados correspondem aos de desvio de recursos públicos, tráfico de influência e crime organizado, em relação aos detidos em Guayas.

De acordo com Salazar, o suposto esquema de crime organizado em Guayas "reúne toda uma estrutura que tem funcionado precisamente na aquisição de material médico".

O ex-presidente e um ex-diretor do Hospital Teodoro Maldonado do Instituto Equatoriano de Seguridade Social (IESS) foram detidos neste caso.

Na busca realizada na casa do ex-presidente foram encontradas 5.000 máscaras, 2.000 testes e outros materiais de saúde, que, como explicou Salazar, "coincidem com os encontrados no hospital IESS". EFE

sm/vnm