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Australianos rejeitam fazer teste de covid-19 e preocupam autoridades

Aviso na praia de Coogee, em Sydney, na Austrália, pede que pessoas apenas pratiquem exercícios no local por conta da pandemia do coronavírus - Saeed Khan/AFP
Aviso na praia de Coogee, em Sydney, na Austrália, pede que pessoas apenas pratiquem exercícios no local por conta da pandemia do coronavírus Imagem: Saeed Khan/AFP

Da EFE, em Sydney

03/07/2020 13h34

As autoridades da Austrália pediram nesta sexta-feira aos cidadãos que se submetam aos testes de covid-19, depois que mais de 10 mil pessoas os rejeitaram por várias razões, incluindo a influência das teorias da conspiração.

O governo do estado de Victoria realizou mais de 164 mil testes gratuitos para detectar o novo coronavírus desde a semana passada, em resposta ao último surto, embora mais de 10 mil pessoas que vivem nos principais pontos de focos tenham se recusado a fazer.

"Estamos analisando os dados para saber por que as pessoas estão se recusando, mas estamos preocupados que algumas pessoas acreditem que o coronavírus é uma conspiração ou que não os afetará, por isso quero enfatizar que o coronavírus é um vírus muito contagioso", disse o ministra da Saúde de Victoria, Jenny Mikakos.

"Por que diabos eu tenho que fazer esse teste?", disse na última quarta-feira, Fano Panayides, morador de Melbourne e fundador do grupo no Facebook "99% Unite Main Group 'somos nós ou eles'", durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais.

"Tivemos o vírus por 20 semanas, atingimos o pico, descemos e agora eles decidiram confinar vários subúrbios e ir de casa em casa para realizar os testes, pois não têm positivos suficientes", enfatizou esse conhecido ativista antivacina e que liderou protestos de rua em Melbourne contra Bill Gates, 5G e a resposta do governo de Victoria a covid-19.

Victoria, estado que aplicou as medidas mais rigorosas contra a pandemia no mês de março, relatou hoje 66 novas infecções, elevando o número de casos ativos para 442. O resultado desse surto forçou as autoridades a ordenar uma quarentena de um mês em dez áreas da cidade de Melbourne.

A ministra Mikakos disse hoje que as autoridades estaduais estão investigando a possibilidade de que o surto detectado há mais de duas semanas em Victoria esteja ligado a um "superpropagador" do vírus.

As autoridades australianas estão investigando falhas na imposição de restrições de distanciamento social em hotéis destinados a viajantes em quarentena que retornaram a Melbourne, e suspeita-se que até guardas de segurança tenham feito sexo com reclusos ou tenham permitido que eles deixem seus quartos.