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Após EUA anunciarem saída, OMS cria comissão para analisar combate à Covid-19

09/07/2020 15h24

Genebra, 9 jul (EFE).- O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quinta-feira a criação de uma comissão independente para analisar a atuação da entidade na pandemia de Covid-19, dois dias após os Estados Unidos notificarem a saída da organização em um ano por discordarem das práticas adotadas ao longo dos últimos meses.

Adhanom explicou que a comissão será presidida pela ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Helen Clark e pela ex-presidente da Libéria Ellen Johnson Sirleaf, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2011.

"É hora de refletir sobre o que fizemos e procurar novas formas de colaboração", disse o dirigente, que propôs uma reunião do Comitê Executivo da OMS em setembro para rever os primeiros progressos do painel.

Liderado por Clark e Johnson Sirleaf, juntamente com outros políticos e especialistas, o painel "buscará entender o que aconteceu, dar conselhos honestos e nos ajudar a ver o que pode ser feito para evitar que a tragédia atual se repita no futuro", analisou o chefe da OMS.

Após o anúncio, as duas presidentes escolhidas afirmaram que a tarefa é "um desafio complexo" no qual, nas palavras da liberiana, farão "o melhor possível para responder, de modo que juntos encaremos os efeitos da Covid-19".

A OMS já tinha aprovado na última assembleia geral, em maio, que a realização de uma revisão "imparcial, independente e abrangente" de sua gestão na pandemia, mas não tinha especificado como ou quando seria iniciada.

Adhanom afirmou nesta quinta-feira que os resultados do painel "não serão deixados em uma prateleira para acumular poeira" e garantiu que serão cuidadosamente analisados, sugerindo que o relatório final seja oficialmente apresentado na próxima reunião anual da OMS, em maio de 2021.

"Estamos prontos para uma reflexão honesta, para aprender lições", argumentou, acrescentando que "a magnitude da pandemia merece claramente uma avaliação séria".

O chefe da OMS não mencionou os Estados Unidos no discurso, mas, diante das críticas de Washington por suposta negligência da organização, defendeu o fato de que seus especialistas "trabalharam incansavelmente para coordenar a resposta global" e ressaltou que o coronavírus "tira proveito das nossas divisões", motivo pelo qual pediu união e solidariedade global.

Tedros Adhanom lembrou que o número de casos de Covid-19 já passou de 11,8 milhões, com mais de 544 mil mortes, e reconheceu que "em grande parte do mundo a pandemia ainda não está sob controle".