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Bulgária vive 6º dia seguido de protestos contra governo

14/07/2020 19h16

Sófia, 14 jul (EFE).- Milhares de manifestantes foram às ruas de Sófia hoje pelo sexto dia consecutivo para exigir a renúncia do primeiro-ministro búlgaro, o populista conservador Boyko Borisov, a quem acusam de corrupção.

O protesto ocorreu no chamado "triângulo do poder" do país balcânico, ou seja, entre as sedes do governo, da Presidência e do Parlamento, no centro da capital.

Depois de percorrer várias ruas centrais de Sófia, a marcha retornou ao triângulo, onde os manifestantes gritaram palavras de ordem como "Máfia" e "Renúncia".

Como nos dias anteriores, e apesar das restrições impostas para conter a propagação do novo coronavírus, os manifestantes planejam permanecer no local até depois da meia-noite. De acordo com a emissora de televisão local "bTV", vários milhares de pessoas também se concentraram em outras partes do país, como a cidade costeira de Varna, no Mar Negro.

Apoiados pela oposição, os manifestantes têm exigido desde a semana passada a saída de Borisov e do procurador-geral, Ivan Geshev, um aliado do premiê e supostamente próximo de empresários desonestos.

Os protestos foram desencadeados por uma operação de busca e apreensão no escritório do presidente da Bulgária, Rumen Radev, que na quinta-feira participou do primeiro protesto para exigir a renúncia do primeiro-ministro. O governo de Borisov, no poder há uma década, garante que os protestos são organizados no exterior.

"É hora de pôr um fim ao modelo de governo oligárquico-máfia. Não sabemos quem sucederá Borisov, mas está claro que ele precisa sair", declarou um manifestante à Agência Efe em Sófia nesta terça-feira.

A Procuradoria-Geral, por sua vez, enviou hoje à imprensa a gravação de uma suposta conversa entre um deputado da oposição e um empresário conhecido que está foragido, acusado de evasão fiscal, na qual este último revela estar por trás das manifestações.

Os protestos têm sido calmos em sua maioria. A exceção aconteceu na última sexta, quando houve confrontos entre a polícia e alguns dos manifestantes, que terminaram com 18 presos e cinco feridos, dois deles em estado grave. EFE

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