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Especialistas alertam para perigo de segunda onda de Covid-19 no Reino Unido

14/07/2020 14h08

Londres, 14 jul (EFE).- Uma segunda onda de coronavírus pode causar cerca de 120 mil novas mortes no Reino Unido no próximo inverno europeu, alertam os consultores médicos do governo britânico em um relatório divulgado nesta terça-feira.

O documento preparado pela Academia de Ciências Médicas, encomendado pelo consultor científico chefe Patrick Vallance, alerta que um hipotético segundo surto de infecções por coronavírus neste país pode ser mais grave que o primeiro.

Além disso, o relatório aponta que "no pior dos casos", uma segunda onda do vírus pode matar 120 mil pessoas em hospitais entre setembro e junho de 2021.

O relatório acredita que medidas precisam ser tomadas agora para mitigar o potencial de um segundo surto.

O documento, do qual participaram 37 cientistas e acadêmicos, admite que há um alto grau de incerteza sobre como a pandemia irá evoluir no país nos próximos meses.

No entanto, afirma que "o pior cenário razoável" poderia ver como a taxa de reprodução do coronavírus "R" aumenta para 1,7 a partir do próximo mês de setembro.

Especialistas sugerem que pode haver uma recuperação nas internações e mortes em hospitais em janeiro e fevereiro de 2021, semelhante ou pior do que os verificados na primavera europeia desde ano. Esses dados não incluem mortes na comunidade ou em asilos.

Os números também não levam em consideração a intervenção do governo para reduzir a taxa de reprodução ou o uso da droga dexametasona, que reduziu as mortes pelo vírus.

"Isso não é uma previsão, mas uma possibilidade", disse o especialista Stephen Holgate, do Conselho de Pesquisa Médica.

Ele acrescentou que o modelo "sugere que as mortes podem ser mais altas em uma nova onda de Covid-19 no próximo inverno, embora o risco disso aconteça possa ser reduzido se agirmos imediatamente".

"Com um número relativamente baixo de mortes, temos uma janela crucial de oportunidade que nos ajuda a preparar o pior que o inverno pode nos trazer", disse ele.

Entre as medidas que podem ser tomadas, esse especialista incluiu a vacinação contra a gripe para os mais vulneráveis e profissionais da saúde e sociais, além de intensificar o sistema de detecção e rastreamento de coronavírus.