Talibãs celebram fim da 1ª fase do acordo com EUA
"É um passo bem-vindo e positivo que os EUA e os seus aliados estrangeiros tenham reduzido o número das tropas e desocupado cinco bases, conforme estabelecido pelos compromissos do acordo", disse em comunicado o principal porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid.
Segundo o acordo de Doha, os Estados Unidos concordam em reduzir as tropas no país para 8.600 nos primeiros 135 dias após a assinatura. A retirada total deverá ocorrer dentro de 14 meses.
O chefe do Comando Central dos EUA, general Frank McKenzie, confirmou em meados de junho que os EUA reduziram as tropas no Afeganistão.
"Cumprimos a nossa parte do acordo. Tínhamos concordado em chegar a cerca de 8.000 soldados em 135 dias, e agora estamos nesse número", disse McKenzie.
LIBERTAÇÃO DE PRISIONEIROS.
Ambas as partes também concordaram com a libertação de 5.000 prisioneiros talibãs e 1.000 membros das forças de segurança afegãs como um passo para as negociações diretas dentro do Afeganistão, um processo controverso que ainda não foi concluído.
Até agora, o governo afegão libertou cerca de 4.200 prisioneiros talibãs, enquanto a formação rebelde libertou outros 700 prisioneiros.
"O atraso na conclusão da primeira condição do acordo - o processo de libertação dos prisioneiros - neste período é muito infeliz, e tornou-se a causa do atraso nas negociações intra-afegãs", comentou Mujahid.
VIOLÊNCIA.
Os talibãs afirmaram que nos últimos 135 dias não atacaram forças estrangeiras no Afeganistão, embora Mujahid tenha relatado que as forças dos EUA têm realizado bombardeios "frequentemente".
"Estas são violações flagrantes do acordo e uma tentativa deliberada de provocar os mujahidin a realizar ataques em grande escala", argumentou o porta-voz.
Os talibãs justificaram o ataque de ontem à sede da principal agência de informações do Afeganistão, na qual 15 pessoas foram mortas e 63 feridas, como reação às operações dos EUA.
Apesar da violência crescente no Afeganistão, os talibãs pediram ao governo afegão e aos EUA uma "rápida implementação" do acordo de Doha.
O enviado especial dos EUA para a reconciliação afegã, Zalmay Khalilzad, também enalteceu nesta terça-feira o cumprimento da primeira fase do acordo.
"Os Estados Unidos trabalharam arduamente para concluir a primeira fase dos compromissos do acordo, incluindo a redução de forças e a saída de cinco bases. As tropas da Otan foram reduzidas em proporção semelhante", disse Khalilzad no Twitter. EFE
bks-daa/vnm
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