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Candidata derrotada não reconhece vitória de Lukashenko na eleição em Belarus

10/08/2020 14h56

Moscou, 10 ago (EFE).- Svetlana Tikhanovskaia, candidata de derrotada nas eleições de Belarus, afirmou nesta segunda-feira que não reconhece o resultado do pleito realizado ontem, que reconduzirá ao cargo o atual presidente do país, Alexandr Lukashenko.

"Não reconhecemos os resultados. Nós vimos os protocolos de votação", disse a candidata da aliança unificada de oposição.

A postulante à presidência - mulher do blogueiro Siarhei Tikhanovski, que seria o adversário de Lukashenko, mas foi preso em maio deste ano - convocou todos os bielorrussos que acreditam ter acontecido fraude, a "não ficarem calados".

De acordo com o site local "MBJ Media", a equipe de Tikhanovskaia espera conseguir provas de todas as infrações cometidas durante o pleito, com a ajuda dos resultados de uma votação paralela feita pela oposição.

A candidata derrotada, segundo a imprensa local, tem intenção de se reunir como Lukashenko para dialogar sobre a situação no país. Além disso, ela não tem intenção de deixar o país para fugir do regime.

"Não vejo nenhum motivo para que possa ser presa ou tenha que sair do país", disse Tikhanovskaia, segundo a agência de notícias russa "Interfax".

Uma das principais colaboradoras da campanha da oposicionista, María Kolesnikova, revelou que a candidata derrotada e toda a equipe estão prontas para "longos protestos" após a vitória do homem que está no poder em Belarus desde 1994.

Segundo dados oficiais, ainda não definitivos, Lukashenko teria obtido 80,23% dos votos, contra 9,9% de Tikhanovskaia.

Antes mesmos das primeiras parciais de votação, oposicionistas foram às ruas de Minsk e outras cidades, para protestar contra supostas fraudes no pleito. A polícia usou jatos de água, gás lacrimogêneo, balas de borracha, para reprimir os atos.

Segundo o Ministério do Interior, cerca de 3 mil pessoas foram presas apenas ontem, enquanto aproximadamente 50 ficaram feridas, entre os manifestantes. Ainda há registro de 39 agentes de segurança com algum tipo de ferimento.

Autoridades de saúde de Belarus se manifestaram ontem para negar a informação de que houve morte entre os manifestantes, o que chegou a ser mencionado por Tikhanovskaia, que admitiu ser uma notícia que não estava checada.

"Se isso for verdade, será o início do fim", disse a candidata oposicionista.