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Presidente de Belarus garante que protestos foram estimulados de fora do país

10/08/2020 15h27

Moscou, 10 ago (EFE).- O presidente de Belarus, Alexandr Lukashenko, afirmou nesta segunda-feira que os protestos iniciados após o fim da votação que irá reelegê-lo, segundo as parciais já divulgadas, foram estimulados a partir de países do exterior.

"Pelo que me dizem, vamos quem são os que puxam as cordas. Uma das linhas de investigação nos leva a República Tcheca", garantiu o chefe de governo bielorrusso desde 1994, segundo declarações recolhidas pela agência de notícias "Belta".

Segundo o presidente, a partir de Praga, pressionaram ativistas de oposição a tomarem as ruas, para desestabilizar as negociações com as autoridades para a "entrega pacífica do poder".

"Quer dizer, Lukashenko, que está no topo do poder, chefiando o Estado, deve ceder o poder a eles, após obter 80% dos votos", disse o próprio chefe de governo, em referência as parciais de apuração já divulgadas nas últimas horas.

O presidente de Belarus ainda acusou o governo da Polônia, que apoiou a candidata de oposição, Svetlana Tikhanovskaia, e que propôs a convocação de uma cúpula da União Europeia para abordar a crise na antiga república soviética.

"A Polônia, nem falo. Ali, todos os ficaram confortáveis e também começaram a mexer nos cordões", disse.

Lukashenko ainda disse que há provocadores de instabilidade na Ucrânia, onde ele diz haver "revolucionários de sobra", embora garanta que não há relação com o governo local; e da Rússia, onde grupos estão interessados em tirá-lo do poder.

"Em resumo, tentam controlar a situação a partir do exterior", disse o presidente, que acusou a intenção de opositores de "incendiar Minsk", em referência à capital bielorrussa.

O chefe de governo garantiu que havia um plano de manifestantes de tomar edifícios públicos em diversas regiões do país e que as forças de segurança precisaram retirar às pressas os membros da comissão eleitoral de locais de votação da capital.

O presidente bielorrusso desde 1994 ainda parabenizou as forças de segurança locais, pela atuação na repreensão dos protestos que começaram logo depois que os últimos eleitores depositaram os votos nas urnas.

"Se tivessem chegado ao Palácio da Independência (sede do governo local), a situação teria sido outra, já que ali opera o Serviço de Segurança, que combate o terrorismo. É preciso agradecer aos anti distúrbios, que os impediram de dar esse passo crítico", garantiu.

Hoje, Svetlana Tikhanovskaia garantiu não reconhecer a vitória de Lukaschenko e que não teme ser presa. A mulher do blogueiro oposicionista Siarhei Tikhanovski, que esta detido desde maio, ainda convocou partidários a seguirem se manifestando contra o governo. EFE

io/bg

(foto)