Oposição pede que países reconheçam Tsikhanouskaya como presidente de Belarus
"Falo para toda a comunidade internacional. Ajude-nos a frear os excessos que estão acontecendo em Belarus. Reconheçam Svetlana como a única presidente legalmente eleita. Por favor, ajude o povo bielorrusso", disse Veronika Tsepkalo, uma das aliadas de Tsikhanouskaya, em vídeo.
Tsepkalo, que se exilou na Rússia no domingo, pediu ajuda para que o povo bielorruso pare "o derramamento de sangue, liberte os presos políticos e realize eleições democráticas".
Enquanto os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping, parabenizaram Alexandr Lukashenko pela reeleição, países europeus condenaram tanto o resultado como a repressão aos protestos opositores.
O alto representante para a Política Externa da Europa, Josep Borrell, advertiu hoje que a União Europeia "realizará uma revisão profunda das suas relações com a Bielorrússia" e recomendou que Minsk abra um diálogo com a sociedade.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, que se encontrou com Lukashenko em Minsk no início deste ano, também quebrou o silêncio hoje, quando concordou em enviar vários carregamentos de petróleo por navio para preencher o vazio deixado pelo petróleo russo.
Pompeo instou Minsk a respeitar os direitos de "todos" os seus cidadãos em manifestações pacíficas e pediu para que se abstenha de usar a força e liberte os "injustamente" detidos.
Em resposta, o governo bielorrusso solicitou aos países vizinhos para que assumam a responsabilidade e não provoquem protestos, defendendo ao mesmo tempo o uso da força pela polícia.
Tsepkalo acusou as autoridades de utilizarem "métodos sujos" para pressionar Tsikhanouskaya e as mulheres que a apoiaram durante a campanha eleitoral.
"Utilizam crianças, maridos e entes queridos para nos afastar ou nos descredibilizar aos olhos da sociedade", afirmou.
Tsikhanouskaya anunciou nesta terça-feira que abandonou Belarus com destino à vizinha Lituânia para se encontrar com os filhos e pediu para que seus apoiadores interrompam os protestos, supostamente sob pressão de Belarus.
Tsepkalo, cujo marido, Valery Tsepkalo se exilou no exterior por temer uma detenção após ter a candidatura presidencial negada, expressou apoio total a Tsikhanouskaya.
"Querida Svetlana, ouvimos e vimos o seu vídeo. "Quero confirmar que eu e a Valeri vos apoiamos. Sabemos que a 9 de Agosto Lukashenko perdeu as eleições. O único presidente legítimo do país é você, Svetlana Tijanovskaya", disse ele.
"Querida Svetlana, escutamos e vimos seu vídeo. Quero confirmar que eu e Valeri te apoiamos. Sabemos que Lukashenko perdeu as eleições em 9 de agosto. A única presidente legítima é você", afirmou.
No total, segundo fontes oficiais, mais de 5.000 manifestantes foram presos nas últimas 48 horas, e mais de 200 pessoas feridas foram atendidas em hospitais.
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