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Sociedades médicas alertam sobre possível colapso da saúde na Espanha

13/08/2020 17h34

Madri, 13 ago (EFE).- Nove sociedades médicas espanholas alertaram nesta quinta-feira sobre uma "alta probabilidade" de situações de atendimento "tão graves" como as de meses anteriores voltarem a acontecer, caso o Ministério da Saúde da Espanha e os governos regionais não estabeleçam novas medidas "coordenadas, rápidas e eficazes" para frear o coronavírus Sars-CoV-2.

Em comunicado, as nove entidades se mostram preocupadas com o aumento de casos de Covid-19, que "podem levar, a curto ou médio prazo, a um novo colapso da saúde", como aconteceu entre março e maio.

As sociedades que se manifestaram foram as de Pneumologia e Cirurgia Torácica (SEPAR), Medicina Interna (SEMI), Medicina de Família (SEMFyC), Medicina de Urgências e Emergências (SEMES), Medicina Geral e de Família (SEMG) e Médicos de Atendimento Primário (SEMERGEN).

Também assinam o comunicado as sociedades de Medicina Preventiva, Saúde Pública e Higiene (SEMPSPH), Doenças Infecciosas e Microbiologia Clínica (SEIMC) e Anestesiologia, Ressuscitação e Terapêutica da Dor (SEDAR).

Em outro comunicado, o Conselho-Geral das Escolas Oficiais de Médicos da Espanha (CGCOM) expressa preocupação com o aumento de casos e surtos nas últimas semanas e, para que a situação não "fique fora de controle", exige uma "estratégia clara de persuasão, ação e mobilização de recursos, e vigilância e aplicação das normas".

O total de casos de Covid-19 confirmados na Espanha é de 329.784 desde o início da pandemia. O país acumula 28.579 óbitos causados pela doença.

MEDIDAS NOVAS E COORDENADAS.

Os especialistas das sociedades mencionadas asseguram que as medidas das autoridades regionais, que são encarregadas no momento, "não são suficientes" para controlar a transmissão da infecção, portanto, novas medidas "coordenadas, rápidas e eficientes" entre as diferentes administrações envolvidas são "essenciais".

Se não forem tomadas medidas e a situação continuar como até agora, as sociedades destacam a "alta probabilidade" de o país voltar à situação vivida durante o estado de alarme, quando foi decretado o confinamento obrigatório da população e o sistema de saúde ficou sobrecarregado.

As entidades recordam também que é preciso contratar os funcionários necessários e que os profissionais de saúde devem dispor de equipamento de proteção individual e materiais de trabalho suficientes.

Como recomendação à população, especialmente os jovens, as sociedades afirmam que é "extremamente importante" cumprir rigorosamente as medidas de prevenção: sempre usar máscaras, manter uma distância segura, lavar as mãos frequentemente e evitar multidões, além de cumprir os períodos de quarentena.