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Após lançar mísseis, China diz ter se sentido provocada pelos EUA

27/08/2020 17h31

Pequim, 27 ago (EFE).- O Ministério da Defesa da China afirmou nesta quinta-feira que as relações com os Estados Unidos passam por um momento difícil e que Pequim se viu obrigado a adotar algumas medidas para rebatar o que considera serem provocações por parte de Washington.

Entretanto, o porta-voz do Ministério, Wu Qian, não deixou claro em sua entrevista coletiva mensal se o país asiático lançou dois mísseis porta-aviões ontem no Mar do Sul da China como um aviso aos EUA, como publicado hoje pela mídia local, como o "South China Morning Post", que citou fontes anônimas.

Segundo o jornal, a China enviou um míssil DF-26B da província de Qinghai e um DF-21D de Zhejiang para uma área localizada entre a província insular de Hainan e as disputadas Ilhas Paracel (Xisha, em Mandarim), no mesmo dia em que Washington enviou um avião de reconhecimento U-2 para uma região de exclusão aérea que o Exército chinês utiliza para manobras.

"Durante algum tempo, os Estados Unidos continuaram suas provocações, criaram problemas e minaram seriamente a soberania chinesa. Isso prejudicou as relações entre os dois países e suas forças armadas. A China não vai dançar ao som da música dos EUA ou deixar que os EUA a provoquem. Tomamos medidas fortes para salvaguardar nossa soberania e nossos interesses de desenvolvimento", declarou Wu.

O porta-voz acrescentou que espera que Washington veja o desenvolvimento da China com uma mente aberta e racional e "saiam do atoleiro de ansiedades em que se meteu".

"É importante que os dois exércitos mantenham a comunicação para evitar riscos", frisou o representante do Ministério da Defesa chinês, fez questão de dizer que a China não tem medo de qualquer tipo de provocação dos americanos.

"Alguns políticos americanos estão fazendo tudo que podem para minar as relações entre os dois exércitos e até mesmo criar acidentes e conflitos militares, colocando em risco a vida dos soldados na linha de frente", disse.

Além disso, o porta-voz afirmou que a China se opõe fortemente à instalação de mísseis de curto e médio alcance dos EUA em países asiáticos e avisou: "Se isso acontecer, provocará uma resposta".

VIETNÃ CONDENA AÇÕES DA CHINA.

O Vietnã condenou ontem as manobras militares da China no arquipélago das Ilhas Paracel pela segunda vez em duas semanas - sobre as quais o gigante asiático tem disputas de soberania com o Vietnã e Taiwan - e acusou Pequim de colocar em perigo a paz na região.

"Os exercícios militares nestas ilhas não são dirigidos contra nenhum país", ponderou Wu hoje.

De acordo com a fonte citada pelo jornal "South China Morning Post", Pequim lançou tais mísseis para responder aos riscos potenciais colocados pelos cada vez mais frequentes aviões de combate e navios americanos no Mar do Sul da China.