Rússia exige "provas concretas" de que Navalny foi envenenado com novichok
"A declaração do governo alemão sobre o possível envenenamento de Navalny deve ser obrigatoriamente acompanhada de provas concretas e sólidas", disse Leonid Slutskiy, chefe do comitê de Relações Internacionais da Câmara dos Deputados russa (Duma), à agência de notícias "Interfax".
Slutskiy lembrou que a Alemanha ainda não respondeu ao pedido do Ministério Público russo e que "especialistas russos não encontraram vestígios de veneno ou de envenenamento intencional no organismo (de Navalny)".
"Em primeiro lugar, a Rússia está interessada em estabelecer as autênticas causas do ocorrido e mais de uma vez demonstrou disposição para cooperar", enfatizou.
Outros políticos sugeriram que as denúncias da Alemanha poderiam ser uma provocação ocidental para difamar o Kremlin.
Cientistas que participaram do desenvolvimento do novichok na União Soviética descartaram que Navalny tenha sido envenenado com o agente tóxico, já que, segundo eles, o opositor já estaria morto se fosse o caso.
O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, afirmou nesta quarta-feira que Navalny foi envenenado com uma substância usada na produção de armas químicas e que pertence ao grupo do novichok, o mesmo com o qual foi envenenado em 2018 o ex-agente russo Sergei Skripal, que não chegou a morrer.
As conclusões se baseiam nos testes toxicológicos do hospital universitário Charité, em Berlim, onde Navalny está internado. O opositor russo, de 44 anos, foi transferido em coma a Berlim após ter sofrido um colapso no dia 20 de agosto, quando viajava de avião.
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