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Cazaquistão propõe à ONU criação de agência de controle de armas biológicas

23/09/2020 16h45

Nações Unidas, 23 set (EFE).- O presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, propôs nesta quarta-feira, em vídeo enviado à Assembleia Geral da ONU, a criação de uma agência internacional para o controle de armas biológicas, um órgão necessário devido à pandemia de Covid-19, segundo o governante.

"Em meio à pandemia, lançar um sistema de controle de armas biológicas está se tornando mais crucial do que nunca", disse Tokayev.

De acordo com o mandatário, o Cazaquistão está propondo a criação de um órgão multilateral chamado Agência Internacional de Segurança Biológica, que se reportaria ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Esta nova agência seria baseada na Convenção sobre Armas Biológicas de 1972, da qual participam quase todos os países do mundo e que proíbe a produção deste tipo de armamento, mas que carece de mecanismos de verificação claros.

Tokayev, que como outros líderes abordou a resposta global ao coronavírus em seu discurso, também advertiu que o mundo enfrenta dois outros grandes problemas comuns: a crise do processo de não proliferação e desarmamento nuclear e a mudança climática.

O Cazaquistão, que, como recordou o presidente, renunciou voluntariamente ao grande arsenal nuclear da era soviética, exigiu que todos os países pressionem as potências atômicas a tomarem as "medidas necessárias e urgentes para salvar a humanidade de um desastre nuclear".

Sobre a mudança climática, Tokayev disse que trata-se de uma "crise existencial" e advertiu que o mundo está perdendo a corrida contra o aquecimento global.

No entanto, enfatizou que a recuperação da crise da Covid-19 oferece uma "oportunidade única de colocar a proteção ambiental no topo da agenda internacional".

Tokayev reconheceu que o Cazaquistão continua altamente dependente dos combustíveis fósseis e tem muito a fazer para cumprir as metas de 2030 estabelecidas no Acordo de Paris, mas insistiu que as emissões de gases do efeito estufa serão reduzidas em 15% até essa data com a transformação econômica e a modernização da indústria.

O governante declarou que, para enfrentar todas essas crises globais, o mundo precisa "restaurar uma atmosfera de confiança entre os Estados-membros e fortalecer as instituições multilaterais".

"A falta de confiança entre as nações tornou-se tóxica para as relações internacionais", opinou, ressaltando a intenção de trabalhar para promover uma organização de segurança e desenvolvimento na Ásia.