Aliados de Trump investiram em desinformação na América Latina, diz site
O veículo apontou que, ao investigar milhares de páginas de declarações financeiras nos EUA, descobriu que essas entidades fizeram a injeção de dinheiro que faz parte dos US$ 280 milhões (R$ 1,6 bilhão) que 18 grupos americanos financiaram no mundo, para alavancar "conspirações e agendas antidireitos".
Apesar de a América Latina seguir sendo uma das regiões mais afetadas pela propagação do novo coronavírus, com cerca de 10,9 milhões de casos de infecção, as organizações cristãs de direita gastaram grande quantidade de dinheiro para promover a desinformação sobre o patógeno e a Covid-19.
A American Society for the Defense of Tradition, Family and Property (Sociedade Americana pela Defesa da Tradição, Família e Propriedade), que declarou gastos em campanhas de US$ 2,7 milhões (R$ 15,4 milhões), classificou a crise sanitária como " monumental esforço de engenharia social e de transferência ideológica da história".
A mesma organização, sem se importar que o Brasil é o segundo país com mais casos e mortes por Covid-19 no mundo, publicou artigos negando que o Rio de Janeiro tinha qualquer infectado pelo novo coronavírus e garantiu que o número de mortes no país estavam "inflados e manipulados" pela imprensa.
Segundo o site "openDemocracy", um dos grupos cristãos mais ativos neste tipo de campanha é o Population Research Institute (PRI), que tem como expoente Steven Mosher, também criador, junto com Steve Bannon, ex-estrategista de campanha de Trump, de uma campanha anti-China.
De acordo com o veículo britânico, o PRI treinou, em "estratégia política, comunicacional e análise de cenário", o grupo CitizenGo, que tem ligação com vários partidos de extrema-direita na Europa e que lançou uma petição para que os países retirassem o financiamento à Organização Mundial de Saúde (OMS), por ser "porta-voz da propaganda comunista chinesa", entre outras acusações.
Além disso, a investigação do site indicou que grupos cristãos de direita, como a Associação Evangelista Billy Graham, destinaram dinheiro para a criação de campanhas contra os direitos da população LGBTI e contra o planejamento familiar.
A entidade, dirigida por Franklin Graham, um assumido apoiador de Donald Trump, investiram US$ 21 milhões (US$ 120,3 milhões) em campanhas de desinformação na América Latina.
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