Brics defendem união de forças para combater covid-19 e recuperar economia
Moscou, 17 nov (EFE).- Os representantes dos países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) defenderam a união de forças para combater a pandemia de covid-19 e conseguir recuperar a economia mundial.
Ao término da 12ª Cúpula dos Brics, realizada virtualmente, os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro; da Rússia, Vladimir Putin; da China, Xi Jinping; e da África do Sul, Cyril Ramaphosa, além do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, adotaram a "declaração de Moscou", com quase cem pontos, que será acompanhada por estratégias de cooperação econômica até 2025 e de luta contra o terrorismo.
COMBATE À PANDEMIA.
No documento, os líderes dedicam atenção especial à pandemia, que marcou a presidência temporária da Rússia, pois não só forçou o adiamento da cúpula por mais de meio ano, como também forçou a realização da maior parte das reuniões e atividades através de videoconferências.
Os governantes reconheceram "o papel de uma imunização em grande escala contra a Covid-19" para conter a pandemia, e se comprometeram a tomar medidas para "assegurar a distribuição da vacina, quando ela surgir, a toda a população mundial de forma justa e equitativa e a preços acessíveis".
Também foi reforçada a necessidade da cooperação internacional para enfrentar ameaças contemporâneas, que exigem respostas "eficazes, pragmáticas, coordenadas e rápidas".
Os BRICS lembraram que, durante a cúpula de Johannesburgo, em 2018, já tinham proposto a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento de vacinas dos Brics e pediram uma rápida implementação desta iniciativa.
RESTAURANDO A ECONOMIA.
O tema da pandemia é vinculado aos problemas econômicos e financeiros na declaração, devido "às consequências negativas para a economia global, os sistemas de saúde, o setor financeiro e a situação dos grupos mais vulneráveis da população".
Os líderes do grupo se comprometeram a "aumentar os esforços para assegurar um desenvolvimento dinâmico, estável, equilibrado e inclusivo" após a pandemia.
Neste sentido, destacaram a contribuição do Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics, criado em 2014 para financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável e que destinou US$ 10 bilhões para o programa de ajuda criado para conceder empréstimos para enfrentar a Covid-19.
LUTA CONTRA O TERRORISMO.
Outra questão abordada foi a luta contra o terrorismo, e eles saudaram a criação da Estratégia Antiterrorista BRICS, que visa "complementar e fortalecer" a cooperação entre os cinco países membros, a fim de enfrentar esta ameaça através da coordenação para abortar ações terroristas e seu financiamento.
Os Brics condenaram "firmemente" o terrorismo "em todas as suas formas e expressões, independentemente de quem, quando e onde comete um ataque terrorista" e expressaram apoio aos esforços globais para erradicar este flagelo com base nas normas do direito internacional e da Carta das Nações Unidas.
A declaração do bloco aborda ainda uma cooperação conjunta para garantir a segurança da informação, combater o tráfico de drogas, a fuga de capitais e a lavagem de dinheiro, que muitas vezes são questões interligadas.
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