Morre ex-mordomo do Papa Bento XVI que vazou documentos do Vaticano
O antigo funcionário se manteve sem comentar o caso desde o fim de um dos julgamentos mais emblemáticos do Vaticano, que teve o primeiro grande escândalo de vazamento de informações.
Na ocasião, Gabriele acabou sendo condenado a 18 meses de prisão e foi afastado da função, mas nunca se soube se ele era o verdadeiro elemento utilizado para iniciar uma campanha contra o papa e outros setores da Igreja.
Nos últimos anos de vida, segundo a agência de notícias italiana "Ansa", o ex-mordomo, que era casado e tinha três filhos, seguiu trabalhando no Vaticano, mas sem realizar muitas tarefas. Recentemente, de uma maneira geral, Gabriele estava sempre afastado por problemas de saúde.
Após sua prisão, além de muitos documentos considerados secretos, tais como cartas ao papa, na casa de Gabriele foram encontrados um cheque de 100 mil euros, enviado pela Universidade de Murcia, na Espanha, à Bento XVI, uma pepita de ouro e uma edição do livro Eneida, de Ulisses, publicada em 1581.
Em 6 de outubro de 2012, o ex-mordomo foi condenado a três anos de prisão, por roubo de documentos, mas após a aplicação de atenuantes, a pena caiu para 18 meses. No julgamento, ao ser perguntado se era culpado ou inocente, Gabriele disse ter agido por "amor" à Igreja Católica e ao papa.
Em um interrogatório, o antigo funcionário disse que a situação de "confusão" que viu no Vaticano, assim como a corrupção na Igreja, foi o que o levou a reunir documentos e entregá-los para a imprensa, com o objetivo de causar um "choque" e retomar o que considerava ser o caminho certo.
Paoletto, como era conhecido, disse que o Papa Bento XVI era uma pessoa "manipulável", que frequentemente fazia perguntas que mostravam que estava mal informado e que "precisava saber" o que estava acontecendo no Vaticano.
O escândalo do vazamento de documentos começou com a divulgação de cartas enviadas ao pontífice pelo núncio da Santa Sé nos Estados Unidos, o arcebispo Carlo María Viganó, que denunciava a corrupção e a má gestão na administração do Vaticano.
O jornalista Gianluigi Nuzzi, que iniciou série de publicações sobre irregularidades no Vaticano, no entanto, nunca confirmou que Gabriele foi o responsável por entregar as informações.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.