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Líder opositor quer que Biden entenda que Venezuela "precisa de mudança"

01/12/2020 12h58

Nova York, 30 nov (EFE).- Um dos principais líderes da oposição ao governo de Nicolás Maduro e exilado na Espanha desde outubro, Leopoldo López disse nesta segunda-feira estar confiante que, após tomar posse como novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden entenderá que "a Venezuela precisa de uma mudança de regime, já que a tragédia humanitária só será corrigida com uma mudança política".

"Estou preocupado que alguns possam pensar que este não é o momento para uma mudança de regime e decidam se concentrar em abordar a crise humanitária, mas a melhor maneira de abordar a tragédia humanitária é promover uma mudança política, porque a fonte da crise é política", disse Lopez em uma teleconferência organizada pelo 'think tank' Council on Foreign Relations (CFR) que abordou o documentário "A la calle", de Nelson González e Maxx Caicedo.

López disse compreender o "pessimismo" que paira sobre o processo de mudança na Venezuela promovido pela oposição, mas pediu tempo para construir um novo processo de mobilização nas ruas e internacionalmente para isolar o presidente do país, Nicolás Maduro.

O líder opositor ressaltou que é necessário "construir um novo ciclo" de protestos e mobilização contra Maduro, já que, em sua opinião, a situação na Venezuela continua a piorar, e as eleições parlamentares de 6 de dezembro serão fraudulentas.

"É uma nova tentativa de substituir a legitimidade da Assembleia Nacional através de um processo fraudulento que nem os Estados Unidos, nem a Europa reconhecerão. O que precisamos é continuar lutando e ter o apoio dos venezuelanos e da comunidade internacional", disse López em inglês.

Fundador do partido Primeiro Justiça, ele destacou que apesar de deixar a Venezuela depois de ter ficado um ano e meio na embaixada espanhola em Caracas, seu coração e sua mente estão sempre no país natal e que trabalha diariamente com apenas um objetivo: que ele realize eleições livres que ponham um fim à "ditadura" de Maduro.

López declarou que é "essencial manter a unidade" da oposição e fortalecer a legitimidade e a liderança de Juan Guaidó - reconhecido por mais de 50 países como presidente interino do país - como líder da Assembleia Nacional, para isolar Maduro e convocar eleições livres. EFE

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