Justiça emite mandado de captura contra opositor de Putin que teria sido envenenado

Moscou, 14 jan (EFE).- A justiça da Rússia emitiu um mandado de captura contra o líder opositor Alexei Navalny, que anunciou que voltará ao país no próximo domingo, mas agora pode ser preso assim que pisar em solo russo, segundo informações divulgadas pelo jornal oficial "Rossiyskaya Gazeta".

Segundo a publicação, Navalny foi declarado procurado em 29 de dezembro pelo Serviço Prisional Federal Russo (SPF) por fugir repetidamente de sua obrigação de se reportar às autoridades por sua condição de condenado com pena suspensa.

"O mandado de prisão federal significa que a pessoa deve ser presa imediatamente uma vez estabelecido seu paradeiro", publicou o periódico.

O opositor, que acusou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, de ter ordenado seu envenenamento em agosto, foi condenado em 2014 por fraude a 3 anos e meio de prisão, com uma pena suspensa, com um período de liberdade condicional expirando em 30 de dezembro.

Foi precisamente por causa desse registro criminal que Navalny se tornou inelegível e não pôde enfrentar Putin nas eleições presidenciais de março de 2018.

A Corte Europeia de Direitos Humanos concordou com o líder da oposição quando decidiu, em 2017, que as sentenças contra ele e seu irmão, Oleg, que foi preso, eram arbitrárias.

No dia 20 de agosto do ano passado, Navalny sentiu-se mal a bordo de um avião que voltava de Tomsk, na Sibéria, para Moscou, o que forçou um pouso de emergência em Omsk, onde ele foi colocado em coma antes de ser transferido para uma clínica em Berlim, onde foi tratado.

Os médicos alemães estabeleceram que o político de 44 anos foi envenenado com uma substância tóxica do grupo Novichok, uma arma química desenvolvida na extinta União Soviética.

Depois de sua alta, em 23 de setembro, Navalny permaneceu até o início de dezembro em um apartamento em Ibach, uma pequena cidade no sudoeste da Alemanha, perto da fronteira com a Suíça e a França.

"Entendi que chegou o momento pelo qual esperava: estou quase saudável e posso finalmente voltar para casa", escreveu Navalny em várias redes sociais ontem, anunciando seu retorno à Rússia. EFE

bsi/dr