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Variante do coronavírus descoberta no Reino Unido está em 25 países europeus

Moscou

14/01/2021 23h30

A variante do coronavírus descoberta no Reino Unido, identificada como B117, foi detectado em 25 países europeus, incluindo a Rússia, informou nesta quinta-feira o diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, Hans Kluge.

"Vinte e cinco países europeus, incluindo a Rússia, relataram a detecção da nova cepa", afirmou Kluge durante uma entrevista coletiva virtual.

O diretor regional lembrou que o SARS-CoV-2, como todos os vírus, sofre mutações com o tempo e disse ser compreensível o alarme gerado pelas possíveis consequências do aparecimento dessa linhagem. Por isso, disse ele, os países europeus devem dedicar mais esforços ao sequenciamento genético e aumentar o intercâmbio de informações.

Por sua vez, o cientista Oleg Benesh, especialista do departamento de imunologia do escritório europeu da agência de saúde das Nações Unidas, disse que apesar das dúvidas sobre a eficácia das vacinas atuais contra novas cepas, não há evidência de que a imunidade adquirida não proteja contra novas variantes.

"A vacina gera imunidade contra os antígenos do vírus. Essa imunidade é policlonal, ou seja, produz anticorpos contra diferentes fragmentos e antígenos do vírus, e por isso temos esperança de que as vacinas funcionem e não temos provas do contrário", argumentou.

Em 2020, de acordo com Kluge, houve mais de 26 milhões de casos de coronavírus na Europa e mais de 580 mil mortes por Covid-19. Somente na última semana, segundo ele, foram detectados 1,8 milhão de contágios.

"Desde o início de 2021, mais de 280 milhões de pessoas na região europeia estão em quarentena total, e durante a última semana o número de países que anunciaram quarentenas parciais cresceu. Indicadores muito altos de transmissão da infecção continuam a ser observados na região", considerou.

No entanto, o especialista enviou uma mensagem de otimismo: "Apesar de 2021 ainda ser um ano de pandemia, enfrentaremos uma situação mais controlável e previsível", previu o cientista, que destacou que mais de 30 países do Velho Continente já iniciaram campanhas de vacinação.

"Ao todo, 31 países já estão vacinando sua população, mas 95% de todas as vacinas estão concentradas em dez países. Precisamos trabalhar duro para conseguir uma vacinação uniforme em todas as nações. Mas vemos a luz ao final do túnel. E não se trata apenas de vacinas, mas de novas tecnologias e diversificação dos tipos de testes", declarou. EFE

fss/dr