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OMS alerta para aumento de novos casos na Europa após 6 semanas de declínio

04/03/2021 16h17

Copenhague, 4 mar (EFE).- A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta quinta-feira que novos casos de Covid-19 voltaram a aumentar na Europa após seis semanas de declínio e pediu que intensifique a vigilância das novas mutações mais contagiosas e aumente o número de testes e medidas de rastreamento e isolamento.

As novas infecções aumentaram 9% na semana passada, com mais da metade dos 53 países da região europeia da OMS apresentando um aumento de novos casos, especialmente na Europa Central e Oriental, embora também tenha havido um aumento na parte ocidental do continente, afirmou o diretor-regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, durante entrevista coletiva.

Kluge defendeu a reabertura das empresas "de forma coerente, gradual e comprovada" e a promoção da campanha de vacinação contra o coronavírus.

A mutação B 1.1.7., que surgiu no Reino Unido, já está presente em 43 países; a conhecida variante sul-africana (B 1.351), em 26; e P1 (Brasil/Japão), em 15.

"Estamos em um ponto de inflexão. Estamos muito preocupados, mas ao mesmo tempo vimos que é possível conter as novas variantes", disse Kluge, referindo-se aos resultados obtidos nos países que estão vacinando sua população mais rapidamente, como o Reino Unido e Israel.

Kluge insistiu na necessidade de "voltar ao básico", de usar "aquilo que sabemos que funciona" para suprimir a propagação do vírus.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) iniciou hoje um processo de "revisão contínua", uma análise em tempo real, dos dados de segurança, eficácia e qualidade da vacina russa Sputnik-V, processo que pode levar à autorização do uso deste medicamento na União Europeia (UE).

Kluge chamou o anúncio de "boa notícia" e "um desenvolvimento muito bem-vindo", referindo-se à necessidade de aumentar o número de vacinas disponíveis na região europeia.

O chefe da OMS-Europa lembrou ainda as iniciativas de vários países europeus como a Áustria e Dinamarca para promoverem, por conta própria, a colaboração na vacinação com países fora da UE, neste caso Israel, e observou que não significa necessariamente uma "lacuna" na solidariedade entre os países.

"A solidariedade internacional não contradiz a responsabilidade nacional", disse Kluge, mostrando compreensão dos esforços de cada país com sua população em mente, mas também alertando para a importância de apoiar a plataforma Covax, da Aliança Mundial para Vacinação (Gavi), e de vacinar profissionais da saúde e pessoas vulneráveis em todos os países.