Mujica apela por toque de recolher e "sacrifício da diversão" no Uruguai

Montevidéu, 31 mar (EFE).- O ex-presidente do Uruguai José Mujica afirmou nesta quarta-feira que é favorável a um toque de recolher noturno no país, como forma de tentar conter a propagação do novo coronavírus.

"É preciso sacrificar a diversão", afirmou o antigo chefe de governo, que exerceu a função entre 2010 e 2015.

Mujica deu as declarações e, entrevista à emissora de rádio uruguaia "Del Sol", em meio a um aumento no número de casos de infecção no país pelo patógeno que provoca a Covid-19.

O ex-presidente afirmou que "o trabalho não pode ser parado", por isso, o caminho seria reduzir as atividades noturnas, especialmente, as de lazer.

"Eu não acho que seja um problema de confinamento. O que eles chamam de toque de recolher, que é um nome asqueroso, é, na verdade, um mecanismo que paralisa a vida noturna, o entretenimento noturno, que é uma das fontes de maior contágio através dos jovens", explicou Mujica.

O ex-presidente defendeu que o governo atual siga "ao pé da letra" as recomendações científicas", depois do atual líder do país, Luis Alberto Lacalle Pou, rejeitar decretar medidas mais duras, como confinamento da população.

Mujica ainda apontou o que considerar um erro no Uruguai, que foi entrar em uma onda "de confiança" depois de um início de pandemia com número reduzido de casos, na comparação com outros países sul-americanos.

O ex-presidente, que não pode ser vacinado por sofrer de uma doença imunológica crônica, afirmou que a população só tem como opções seguir as normas de distanciamento e higiene e aderir à campanha de imunização contra o novo coronavírus.