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Novo vulcão ativo é descoberto na Patagônia chilena

07/04/2021 00h59

Santiago (Chile), 6 abr (EFE).- Após cinco anos de pesquisas, geólogos da Universidad de Chile descobriram um vulcão ativo na Patagônia chilena, com 5 mil anos de idade e que eles chamaram de 'Mate Grande', em homenagem à cultura do mate que existe na região.

A prestigiosa revista "Nature Scientific Reports" publicou nesta semana o estudo "Falha cortical do arco intravulcânico Liquiñe-Ofqui de deslizamento rápido na subducção do ponto triplo do Chile", no qual é relatada a existência do novo vulcão em Aysén, 1,4 mil quilômetros ao sul de Santiago.

Com uma caldeira de 5 quilômetros de diâmetro, o Mate Grande está localizado 80 quilômetros a sudoeste de Coyhaique e a noroeste do vulcão Hudson, no meio da Liquiñe-Ofqui, o nome de um conjunto de falhas geológicas que percorrem cerca de 1,2 mil quilômetros na direção norte-sul da região BioBío até o Golfo de Penas, em Aysén.

"Uma área coberta de neve durante dez meses do ano, de difícil acesso devido à sua altitude e geografia, e com densa vegetação e floresta valdiviana", descreveu a universidade, que explicou o nome escolhido para a nova descoberta

"É em homenagem à cultura do mate que está presente na região de Aysén. A caldeira é como um grande mate daí seu nome", acrescentou o autor principal da publicação e acadêmico da Faculdade de Ciências Físicas e Matemáticas da Universidad de Chile, Gregory de Pascale.

Entretanto, o pesquisador advertiu que o Mate Grande representa um perigo geológico porque é ativo e que é relevante monitorar tanto o vulcão ativo quanto a falha.

"É esperada uma ruptura porque a Falha Liquiñe-Ofqui se move rapidamente, entre 11,6 e 24,6 milímetros por ano, o que poderia causar terremotos de alta magnitude, mas não é possível saber quando eles ocorrerão", afirmou.

O Chile é o país com a segunda maior e mais ativa cadeia vulcânica do mundo, depois da Indonésia, no chamado Anel de Fogo, sede dos vulcões mais ativos do mundo.

No país sul-americano, que tem 19 milhões de habitantes, existem mais de 2 mil vulcões, dos quais cerca de 125 são considerados geologicamente ativos e cerca de 60 tiveram algum tipo de atividade histórica eruptiva nos últimos 450 anos.