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Chile defende CoronaVac após polêmica sobre sua eficácia contra covid-19

Arquivo - Trabalhadora da saúde aplica CoronaVac em idoso em Santiago; Chile é um dos países com maior percentual de população vacinada do mundo - Martin Bernetti/AFP
Arquivo - Trabalhadora da saúde aplica CoronaVac em idoso em Santiago; Chile é um dos países com maior percentual de população vacinada do mundo Imagem: Martin Bernetti/AFP

Em Santiago

13/04/2021 00h38

O ministro da Saúde do Chile, Enrique Paris, disse ontem que a vacina CoronaVac previne 100% dos casos mais graves da covid-19 e combate as variantes brasileira e britânica, após a polêmica surgida no último final de semana por sua eficácia.

"Quero transmitir absoluta tranquilidade em relação a este tema e dizer à população que essa vacina está sendo usada em vários outros países, não só no Chile, e por ser um vírus inativo e ter toda a composição protéica do vírus, ela cria uma grande quantidade de anticorpos", assegurou Paris.

O Chile, com 19 milhões de habitantes, é um dos países com maior percentual de população vacinada do mundo e desde fevereiro já imunizou mais de 7,3 milhões de pessoas com pelo menos uma dose, a maioria delas com a vacina fabricada pela farmacêutica chinesa Sinovac.

Em uma declaração que gerou polêmica, o diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, Gao Fu, disse no último sábado que os medicamentos chineses "não têm taxas de proteção muito altas" e que o país está estudando aumentar as doses e o intervalo entre elas.

Após a repercussão negativa, em entrevista ao jornal estatal "Global Times", o chinês minimizou a polêmica classificando tudo como "um completo mal-entendido" e que "as taxas de proteção de todas as vacinas no mundo são por vezes altas e por vezes baixas".

"A vacina (CoronaVac) é 100% eficaz para evitar que o paciente entre na Unidade de Tratamento Intensivo e morra. É 80% eficaz para casos moderados e até 60% eficaz, segundo outro estudo, para casos leves que não necessitam de tratamento médico", disse o ministro chileno.

Na próxima sexta-feira, o país publicará um estudo, realizado por universidades chilenas em conjunto com o Ministério da Saúde, sobre a eficácia e efetividade da CoronaVac, que será um dos primeiros no mundo a demonstrar como funciona a vacina fabricada pela Sinovac na população real, além dos ensaios clínicos.

"Continuamos confiando na vacina da Sinovac", insistiu Enrique Paris, em entrevista coletiva na qual também informou que nas últimas 24 horas foram detectados 6.372 novos casos e 137 mortes por Covid-19 no país, totalizando o saldo desde março do ano passado para quase 1,1 milhão de infectados e 24.483 vítimas.

Apesar do ritmo acelerado de vacinação, o país vive os piores momentos da pandemia, com hospitais à beira do colapso, mais de 83% da população em um rigoroso regime de confinamento domiciliar e fronteiras fechadas até maio.