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Governo argentino pede que população evite atividades não prioritárias

14/04/2021 20h22

Buenos Aires, 14 abr (EFE).- A ministra da Saúde da Argentina, Carla Vizzotti, pediu nesta quarta-feira para população que evite atividades que não sejam prioritárias e minimizem os contatos sociais, a fim de frear o aumento das infecções por Covid-19 e evitar o colapso do sistema de saúde.

"Precisamos pedir à sociedade que evite qualquer atividade que não seja prioritária. Devemos fazer o mínimo", disse Vizzotti em entrevista coletiva em Buenos Aires, sugerindo que as pessoas deveriam ir trabalhar e levar seus filhos à escola, mas "adiar comemorações", como aniversários e reuniões sociais.

"É a chave para reduzir a transmissão. Pedimos que adiem tudo o que possa ser adiado", acrescentou.

A ministra reconheceu que "não há ninguém que não esteja cansado" e que o governo está "plenamente" ciente da preocupação com a saúde e a economia, mas destacou que a maioria das infecções ocorrem fora do local de trabalho, mas mesmo assim pediu para reforçar os cuidados.

"Estamos em um momento crítico não só da saúde, mas também do social e emocional", reconheceu a ministra, em um país que acumula 2.579.000 infecções desde o início da pandemia e 58.174 mortes.

Ela também disse ser preocupante que o percentual de variantes do Brasil e do Reino Unido aumentou 10%, embora tenha indicado que elas não circulam predominantemente, "mas estão crescendo".

SISTEMA DE SAÚDE SOB TENSÃO

Vizzotti explicou que no ano passado a curva de contágio da Argentina não teve um pico elevado, mas atingiu o mesmo número aproximado de outros países.

"Agora que a curva é mais acentuada, temos que tomar medidas para conseguir diminuir o número de infecções, para que o sistema de saúde possa responder", explicou.

"Nosso sistema de saúde está sob tensão", disse a titular da Saúde, lembrando que o crescimento acelerado de casos fez com que o percentual de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para todos os tipos de patologias atingisse 62,4% em todo o país e 70,8% se considerarmos apenas Buenos Aires e sua populosa periferia.

A ministra explicou que o sistema de saúde estava respondendo a outros tipos de patologias e que a oferta de leitos de UTIs diminuiu durante a queda das infecções: "O trabalho está sendo feito" para "mais uma vez ampliar a possibilidade de leitos de UTI e ter áreas de isolamento para pacientes leves em ambientes não hospitalares".

MEDIDAS PARA ABAIXAR A CIRCULAÇÃO

Enquanto isso, o governo argentino está aplicando desde a última sexta-feira, diante do agravamento da situação sanitária, novas restrições, incluindo proibições de circulação noturna e fechamento antecipado de lojas e restaurantes.

A sociedade espera mais restrições à circulação, mas Carla Vizzotti disse que os números de infecções observados nestes dias - que diariamente batem recorde no país - ainda não refletem o resultado das medidas, mas sim as consequências de ações de dez dias atrás.

E destacou que o impacto positivo destas medidas "também depende da implementação e fiscalização nas jurisdições", em um apelo aos governadores para "ampliar e ajustar" as medidas de acordo com a realidade de sua jurisdição.

A ministra mais uma vez reconheceu que o acesso global às vacinas é "difícil".

A Argentina enfrenta uma escassez de vacinas, tendo adquirido cerca de 7,3 milhões de doses de diferentes fornecedores para uma população de aproximadamente 45 milhões de habitantes, das quais 5.571.878 doses foram aplicadas. EFE

vd/phg

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