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Assessor científico do Uruguai diz que país atingiu "pico da primeira onda"

16/04/2021 20h00

Montevidéu, 16 abr (EFE).- O bioquímico Rafael Radi, coordenador do Grupo Assessor Científico Honorário (GACH), que assessora o governo do Uruguai na gestão da pandemia, disse à Agência Efe que o país está próximo do "pico da primeira onda" da Covid-19, embora a situação seja "muito difícil".

"Temos alguns indícios de que estamos atingindo o pico dessa primeira onda. Os últimos dias mostraram uma diminuição consistente no valor R, que é a taxa de reprodução, e os números acumulados dos últimos dias mostram que estamos praticamente atingindo uma espécie de platô", afirmou o presidente da Academia Nacional de Ciências do Uruguai.

No entanto, lembrou que o momento atual não permite confiança, já que o retorno à atividade após a Semana do Turismo (Semana Santa) poderia aumentar novamente os casos nesta "onda bifásica", que teve "dois picos", sendo o primeiro em dezembro do ano passado.

Em entrevista à Efe por ocasião do primeiro aniversário da criação do GACH, um grupo de quase 60 especialistas que dão suporte científico à tomada de decisão do governo de Luis Lacalle Pou na pandemia, o pesquisador biomédico da Universidade da República (Udelar) confirmou que a vacinação começa a dar resultados entre os profissionais da saúde.

"Estamos confirmando a dissociação da infecção entre os profissionais da saúde e o resto da população. Ou seja, as vacinas estão começando a fazer efeito nos profissionais da saúde", explicou Radi, referindo-se aos primeiros 15 dias decorridos da imunização.

O Uruguai iniciou seu plano de vacinação no dia 1º de março com doses da vacina chinesa CoronaVac e da fabricada pelas farmacêuticas Pfizer/BioNTech. Esta última foi inicialmente destinada aos profissionais da saúde, cuja imunização teve início no dia 12 do mês passado.

Radi explicou que "proteger o setor da saúde é absolutamente essencial, pois a situação piora consideravelmente quando equipes da saúde que entram em quarentena", e acrescentou que ainda falta a chamada "imunidade de rebanho", cujos efeitos poderiam ser notados "por volta de meados de maio, mais ou menos".

Desde o início da pandemia, em março do ano passado, o Uruguai registrou 156.499 casos e 1.726 mortes por Covid-19.