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Raúl Castro critica hostilidade dos EUA e propõe diálogo "sem concessões"

16/04/2021 22h58

Havana, 16 abr (EFE).- O líder do Partido Comunista de Cuba (PCC), Raúl Castro, criticou nesta sexta-feira um aumento da hostilidade dos Estados Unidos nos últimos anos e reiterou a disposição de seu país de promover um diálogo respeitoso "sem concessões inerentes a sua soberania e independência".

Castro, que durante seu último mandato como presidente do país (2013-2018) promoveu com o então chefe do governo dos EUA, Barack Obama, uma reaproximação política entre os governos cubano e americano, lamentou durante seu discurso na abertura do VIII Congresso do Partido Comunista cubano o endurecimento das sanções de Washington, mesmo durante a pandemia do novo coronavírus.

Espera-se que no final deste congresso, de quatro dias de duração, Castro, de 89 anos, se aposente permanentemente da política e ceda a liderança do partido ao atual presidente do país, Miguel Diaz-Canel.

Em declarações citadas pela agência estatal de notícias "Prensa Latina" - o congresso partidário é realizado a portas fechadas e sem acesso para a imprensa estrangeira -, o irmão do ex-líder Fidel Castro disse que as mais de 200 medidas contra Cuba impostas durante o mandato de Donald Trump como presidente dos EUA manifestam a "natureza impiedosa do imperialismo".

Quando estava no poder, o empresário e agora ex-governante americano aboliu os canais legais para o envio de remessas, tornou mais rigorosos os requisitos para viajar para a o país caribenho, vetou cruzeiros, proibiu voos para todos os aeroportos cubanos, exceto o de Havana, e reincluiu a ilha na lista dos Estados Unidos de países patrocinadores do terrorismo.

Castro alegou que a política americana prejudica as relações econômicas de Cuba com praticamente todas as nações do planeta, falou que Cuba é alvo de uma "verdadeira caça" e criticou Washington por "sabotar o sistema empresarial, quebrar a gestão do Estado e promover o caos, estrangular o país e provocar uma explosão social".

Em Cuba, que está passando por uma grave crise econômica, esperava-se que a chegada do democrata Joe Biden à Casa Branca, em janeiro, atenuasse as tensões bilaterais vividas com Trump e trouxesse uma nova aproximação.

No entanto, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, ao ser questionada nesta sexta-feira sobre o congresso dos comunistas cubanos, reiterou que a mudança de política em relação a Havana não é uma prioridade para a política externa de Biden. EFE

lbp/id

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