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Bolívia quer liberação de patentes de medicamentos e vacinas contra Covid-19

21/04/2021 21h22

Soldeu (Andorra), 21 abr (EFE).- O presidente da Bolívia, Luis Arce, pediu nesta quarta-feira à Organização Mundial do Comércio (OMC) e à Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi) a liberação das patentes de medicamentos e vacinas contra a Covid-19 para um acesso equitativo para todos os países.

Em seu discurso na Cúpula Ibero-Americana, realizada no Principado de Andorra, Arce reivindicou uma modificação imediata dos padrões internacionais que protegem a indústria farmacêutica hegemônica. Segundo ele, essa proteção prejudica bilhões de seres humanos em todo o mundo.

O presidente boliviano afirmou que a liberação ajudará o acesso equitativo a suprimentos, medicamentos e vacinas para combater a pandemia da Covid-19. "Por isso, é urgente a reforma nos padrões internacionais", declarou.

"As poderosas empresas farmacêuticas transnacionais que têm patentes sobre diagnósticos, medicamentos e vacinas deveriam liberá-las e torná-las de domínio público ou emitir autorizações voluntárias sem custo para conseguir acesso real para todos os nacionais sem exceção", considerou.

O chefe de Estado também apelou aos países desenvolvidos que têm mais vacinas do que suas populações precisam para distribuí-las àqueles que não as têm.

Arce ressaltou que as nações chamadas por ele de ricas compraram mais da metade da oferta de imunizantes, enquanto ao menos 100 países ainda não aplicaram uma injeção sequer. "O acesso a doses é um direito humano", frisou.

CRISE ECONÔMICA.

O presidente da Bolívia defendeu a construção de um futuro baseado em uma visão transformadora feita baseada na solidariedade, na complementaridade, em direção a uma sustentabilidade econômica, social e ambiental que priorize a erradicação da pobreza extrema.

Na Bolívia, segundo Arce, há uma contração da atividade econômica de 11,1% e que houve um aumento na taxa de desemprego urbano de 4,8% em 2019 para 8,7% em outubro de 2020.

Em nível geral, o chefe de governo destacou o forte impacto da crise sanitária sobre a economia, o que, em sua visão, faz com que a pandemia deva ser enfrentada de forma integral dentro da comunidade internacional.

Arce também salientou que a cúpula aprovou programas sobre idiomas indígenas que ajudarão na preservação da cultura, assim como a aprovação de um programa para prevenir a violência contra as mulheres.

A Bolívia tem feito campanha internacional desde o começo deste mês pela liberação de patentes de vacinas, realizando reuniões com embaixadores no país.