SIP denuncia "agressividade permanente" contra a imprensa no Brasil
É o que consta em um relatório sobre o Brasil apresentado na assembleia semestral da SIP, que foi aberta virtualmente na terça-feira e que se estenderá até sexta, para analisar os principais desafios do jornalismo no continente.
"A intolerância e o autoritarismo que caracterizam o governo de Jair Bolsonaro continuam como razões fundamentais para um quadro muito negativo da liberdade de imprensa", inicia o relatório sobre o Brasil apresentado pela SIP.
"O presidente persiste nos seus ataques ao jornalismo, procurando sempre desqualificar profissionais e empresas do setor e promovendo a agressividade permanente de setores da sociedade contra a atividade jornalística", acrescenta o documento.
Como exemplo do "clima agressivo dos setores autoritários" no Brasil contra a liberdade de imprensa, ele cita o atentado sofrido no último dia 17 de março pelo jornal "Folha da Região", da cidade de Olímpia, em São Paulo, onde parte de sua sede foi destruída por incêndio criminoso.
O suposto autor do atentado, identificado pela polícia, expressou nas redes sociais "seu desacordo com a linha editorial do jornal em defesa das medidas de isolamento social necessárias" para combater a pandemia do coronavírus.
A SIP também menciona um ataque cibernético contra o "Portal Catarinas" e ataques a repórteres que cobriam protestos públicos.
Da mesma forma, o relatório cita um texto da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) que mostra que o Brasil é o país com o maior número de jornalistas mortos pela Covid-19, com 169 vítimas de abril de 2020 a março deste ano.
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