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Governo paraguaio divulgará lista de pessoas que furaram fila da vacinação

07/05/2021 02h38

Assunção, 6 mai (EFE).- O ministro da Saúde do Paraguai, Julio Borba, anunciou nesta quinta-feira que o governo está finalizando a lista de pessoas que furaram a fila da vacinação contra a covid-19, irregularidade que causou a indignação da população e a renúncia de uma senadora governista.

Borba antecipou à imprensa que a lista contará com menos nomes do que os 500 inicialmente cogitados.

"Há menos de 500 nomes, vamos anunciar nesta tarde. Está sendo apurado. Como eu disse, se vamos fazer isso, vai ser feito de forma responsável", disse Borba durante a inauguração de um centro de saúde no departamento Central.

De acordo com o ministro, serão investigadas todas as vacinações que não possam ser justificadas dentro dos requisitos atuais do Ministério da Saúde. No momento, estão sendo imunizadas pessoas com mais de 75 anos, após o processo ter começado com a vacinação de trabalhadores da saúde, em fevereiro.

A lista de vacinados irregulares, entre eles políticos, será entregue ao Ministério Público para que determine se houve ou não delito.

O caso mais repercutido foi o da senadora Mirta Gusinky, do governista Partido Colorado, que nesta segunda-feira renunciou ao cargo após a pressão e as críticas da população por ter sido vacinada antes de estar incluída na faixa etária da campanha.

Além da decisão do Ministério Público, o Ministério da Saúde completará "categoricamente" a planilha de todos que já receberam a primeira dose.

A lista de vacinados do Ministério da Saúde é pública e está disponível no site da pasta, onde os cidadãos podem comprovar quem já foi vacinado. Foi assim que se originaram as denúncias contra as pessoas que não cumpriam os requisitos.

PROJETO DO GOVERNO.

Neste cenário, o governo redigiu nesta semana um projeto de lei a ser apresentado ao Congresso que criminaliza a vacinação irregular, o qual tem sido criticado por alguns setores devido a um suposto viés autoritário e inconstitucional.

A proposta do governo inclui uma pena de prisão de até cinco anos ou uma multa para o funcionário que utilizar a sua posição para indevidamente beneficiar outro para receber a vacina.

Além disso, a pessoa será inabilitada de ocupar qualquer cargo público durante dez anos. A lei também estabelece penas de entre dois e seis anos de prisão para quem roubar vacinas ou qualquer outro medicamento contra o coronavírus.

Os casos de vacinação irregular surgem à medida que o país continua a contabilizar um aumento constante dos contágios, juntamente com um aumento das internações.

O país, com uma população de cerca de sete milhões de habitantes, já registrou um total de 6.798 mortes e 239.165 pessoas infectadas desde o início da pandemia.