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Governo colombiano rechaça "intromissão arbitrária" de presidente argentino

08/05/2021 03h52

Bogotá, 7 mai (EFE).- O governo da Colômbia expressou nesta sexta-feira sua rejeição aos comentários do presidente da Argentina, Alberto Fernández, que manifestou preocupação com a repressão aos protestos contra a política econômica do presidente colombiano, Ivan Duque, e descreveu-os como "interferência arbitrária".

"A chancelaria, em nome do governo da Colômbia, rejeita firmemente as declarações do presidente Alberto Fernández, que ignora que milhares de colombianos tiveram, de acordo com o nosso Estado de direito, todas as garantias de exercer um protesto pacífico em todo o país", destacou o Ministério das Relações Exteriores na sua conta no Twitter.

Mais cedo, Fernández havia expressado preocupação com a repressão contra os protestos na Colômbia e pediu ao governo de seu homólogo colombiano que ponham um fim à "violência institucional".

"Com preocupação, observo a repressão desencadeada contra os protestos sociais na Colômbia. Rezo para que o povo colombiano recupere a paz social e peço a seu governo que, a fim de proteger os direitos humanos, ponha fim à singular violência institucional que tem sido exercida", escreveu o presidente argentino em sua conta no Twitter.

As manifestações contra o governo colombiano começaram em 28 de abril e continuam, embora com menos intensidade, em Bogotá e outras cidades, marcadas pelo vandalismo e pela violência policial, que já deixou pelo menos 24 mortos, segundo a Defensoria Pública, embora organizações não-governamentais aumentem a cifra de vítimas para 37.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores colombiano, os comentários do presidente argentino também ignoram "o fato de o governo nacional ter convocado e manter diálogos com todos os setores do país", como o que começou hoje com os líderes da opositora Coalizão da Esperança, composta por partidos de centro-esquerda.

"As instituições democráticas da Colômbia protegem os direitos constitucionais dos colombianos e não serão desacreditadas por estes tipos de pronunciamentos que, além de serem uma interferência arbitrária, procuram alimentar uma polarização que não contribui para a coexistência e o consenso", acrescentou a pasta de Exteriores da Colômbia.