Pandemia perde força no México, que procura mais vacinas contra a Covid-19
Cidade do México, 11 mai (EFE).- Após as difíceis semanas no início de 2021, a pandemia está dando uma folga ao México, com níveis mais baixos de contágio em um ano, enquanto o governo explora a aquisição de novas vacinas para não perder o ritmo de imunização.
O estrategista do governo contra o coronavírus, Hugo López-Gatell, destacou nesta terça-feira em entrevista coletiva ao lado do presidente Andrés Manuel López Obrador que o país tem "quatro meses contínuos de redução da epidemia" e previu que fechará a semana com uma nova "queda".
NÚMEROS ENCORAJADORES
O México registrou 219.089 mortes e quase 2,37 milhões de infecções confirmadas, após somar apenas 104 vítimas e 704 casos ontem, níveis que não eram vistos desde abril do ano passado, quando teve início a pandemia.
Além disso, a Índia recentemente desbancou o México como o terceiro país com mais mortes - depois dos Estados Unidos e do Brasil -, posição que ocupava desde o verão passado.
Esses números devem ser vistos com cautela, pois as autoridades mexicanas admitiram que há uma subnotificação e que o número real de mortes ultrapassaria 300 mil.
No entanto, a situação nos hospitais é animadora, pois apenas 10% dos leitos gerais e 15% das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) com ventilação estão ocupados.
Nesse sentido, López-Gatell destacou que há uma redução de 84% nas internações em comparação com a primeira semana de janeiro, quando os hospitais de alguns pontos como a Cidade do México vivenciaram graves cenas de saturação.
RELAXAMENTO DE MEDIDAS
A queda do número de casos está ligada a uma redução das restrições no país, onde os mexicanos puderam comemorar o Dia das Mães com certa normalidade, ao contrário do ano passado, quando essa data coincidiu com o fechamento total da economia.
A Cidade do México, que durante meses foi o principal foco da pandemia, entrou nesta semana na fase amarela, indicando um risco médio de infecções e um novo nível de reabertura.
Enquanto alguns países latino-americanos ainda adotam o toque de recolher, a capital mexicana aumentou a capacidade de restaurantes, lojas e cinemas e finalizou a abertura de estádios, convenções e festas infantis.
Um relaxamento que avança paralelamente à vacinação no México, que segundo o chanceler Marcelo Ebrard, afirmou em entrevista coletiva, é o 12º país do mundo em doses adquiridas e aplicadas.
Desde dezembro do ano passado, o México, com uma população de 126 milhões de habitantes, aplicou 21 milhões de doses de diferentes vacinas e 9,5 milhões de pessoas já completaram o calendário de vacinação.
Os imunizados são profissionais da saúde, professores e idosos com mais de 60 anos, enquanto neste mês se iniciou a vacinação de pessoas entre 50 e 59 anos.
Além disso, o governo anunciou que a partir de hoje as grávidas podem se candidatar à vacinação independentemente da sua idade.
MAIS E NOVAS VACINAS
O México, que buscou autorizar o maior número de vacinas para superar a escassez global, recebeu até agora 27 milhões de doses de Pfizer/BioNTech, da Sputnik V (Rússia) e da CoronaVac (China), bem como da britânica AstraZeneca e da chinesa CanSino que são embaladas no país.
Mas o governo não quer perder o ritmo da vacinação e busca formas de fazer cumprir os contratos adquiridos e conseguir novas doses.
López Obrador confirmou hoje que durante seu telefonema, na semana passada, com a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, pediu um segundo empréstimo de doses da vacina da AstraZeneca, que não estão sendo usadas naquele país.
"A resposta foi, diria, favorável e muito responsável", disse López Obrador, confiante que a vacina chegue ainda este mês ao México, país que já recebeu em março 2,5 milhões de doses produzidas nos EUA, que até então recusava a compartilhar vacinas.
Por sua vez, Ebrard, responsável pela compra de medicamentos, anunciou como uma "nova alternativa" a vacina chinesa Walvax, que no final deste mês começará a ser estudada em 6 mil voluntários no México.
Ele também anunciou um acordo para que Espanha e Guatemala participarem dos ensaios clínicos da vacina mexicana Patria, que pode estar pronta até o final do ano.
E lembrou que como resultado de sua recente viagem à Rússia, a Sputnik Light, que requer duas doses com seis meses de intervalo, poderia chegar em breve ao México, mas que ainda não foi autorizado pelo órgão regulador mexicano.
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