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Alternar vacinas diferentes aumenta chances de reações leves, aponta estudo

13/05/2021 03h11

Londres, 13 mai (EFE).- As primeiras descobertas de um estudo publicado nesta quarta-feira pela revista "The Lancet" indicam que alternar doses de diferentes vacinas contra a covid-19 provoca reações leves e moderadas com mais frequência do que a vacinação padrão, com duas doses do mesmo imunizante.

Uma equipe liderada por especialistas da Universidade de Oxford começou, no início desde ano, uma pesquisa sobre os efeitos da combinação de doses de vacinas fabricadas por farmacêuticas diferentes, e viram que isto aumentava a chamada reatogenicidade.

Este termo se refere a reações adversas comuns esperáveis de uma vacina, como uma resposta imunologica excessiva, febre, dor no braço no local da injeção.

Os especialistas descobriram que quando as doses eram espaçadas com quatro semanas de intervalo, utilizando os calendários "misturados" (Pfizer-BionNTech seguida por Oxford-AstraZeneca ou Oxford-AstraZeneca seguida por Pfizer-BioNTech) geravam reações mais suaves ou moderadas após a segunda dose do que se a vacinação padrão fosse seguida.

Também foi relatado que quaisquer efeitos adversos da mistura eram de curta duração e que não foram identificadas outras preocupações de segurança.

"Embora esta seja uma parte secundária do que estamos tentando explorar através destes estudos, é importante que informemos as pessoas sobre estes dados, especialmente porque vários países estão considerando a utilização destas doses mistas", pontuou Matthew Snape, professor associado de pediatria e vacinas na Universidade de Oxford, e principal pesquisador do ensaio.

Os resultados do estudo sugerem que "os calendários de doses mistas podem resultar em um aumento das ausências do trabalho no dia seguinte à imunização, e isto é importante considerar quando se planeja a imunização dos profissionais da saúde", observou Snape.

"É importante notar que não existem preocupações relacionadas com a segurança", disse o especialista, que detalhou que o estudo não determina se a resposta imunológica "será afetada".

Snape afirmou também que a equipe responsável pelo estudo está confiante em comunicar esses dados "nos próximos meses".

"Entretanto, adaptamos o estudo para avaliar se o uso precoce e regular do paracetamol reduz a frequência destas reações", comentou.

Os especialistas também notaram que os dados coletados nos testes foram obtidos de participantes com mais de 50 anos, motivo pelo que mencionaram que existe a possibilidade de tais reações poderem ser mais prevalecentes em grupos etários mais jovens.