Denunciado na OEA, López Obrador garante que "não tem nada a esconder"

Cidade do México, 13 mai (EFE).- O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, garantiu nesta quinta-feira que "não tem nada a esconder", após ter sido denunciado perante a Organização dos Estados Americanos (OEA) por um candidato a governador de Nuevo León que o acusa de "intervir nas eleições".

"Não temos nada a esconder. Estamos lutando pela democracia, queremos a transformação do país e somos contra a corrupção. Qualquer organização pode vir, as portas estão abertas para eles", disse o presidente, durante entrevista coletiva no Palácio Nacional.

A pedido de López Obrador, a Procuradoria-Geral do México abriu esta semana uma investigação contra o candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI) em Nuevo León, Adrián de la Garza, sobre a compra de votos, e ele foi à OEA para denunciar o presidente por interferência eleitoral.

O mandatário mexicano afirmou hoje que De la Garza cometeu um "crime" ao prometer cartões com apoio financeiro caso ganhe as eleições de 6 de junho e pediu ao Ministério Público que resolva o assunto.

"Não vamos nos precipitar. O Ministério Público tem que decidir. Todos têm o direito de ir à OEA, à ONU ou a qualquer organismo internacional", disse o presidente.

López Obrador, do Movimento Regeneração Nacional (Morena), aplaudiu a abertura deste "debate", para que de uma vez por todas "acabe com a compra de votos".

"É uma imoralidade, o povo tem que ser livre, a eleição tem que ser limpa", reiterou López Obrador, que convidou "todo o povo" a denunciar irregularidades nas eleições.

Além de De la Garza, o Ministério Público investiga o candidato do Movimento Cidadão (MC) de Nuevo León, Samuel García, e vários de seus familiares por suposta utilização de recursos ilícitos para fins eleitorais.

Os dois candidatos lideram as pesquisas, à frente da candidata do Morena, Clara Luz Flores, que vem perdendo apoio nas pesquisas nas últimas semanas.

Na última terça, o presidente foi questionado sobre se tinha algo a ver com essas investigações e respondeu "claro que sim", apesar do fato do Ministério Público ser um órgão independente do governo.

"O que tem acontecido nos últimos dias viola as cartas fundamentais da democracia interamericana, que sempre foram respeitadas", disse Adrián de la Garza ao apresentar sua denúncia.