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Oposição venezuelana acusa Maduro de mentir e politizar consórcio Covax

13/05/2021 17h49

Caracas, 13 mai (EFE).- A oposição liderada por Juan Guaidó acusou nesta quinta-feira o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de politizar o consórcio Covax, que busca proporcionar acesso equitativo a vacinas contra a covid-19, e de mentir sobre a Sputnik V, mas sem detalhar se está se referindo à gestão da vacina russa ou à distribuição.

O ex-deputado Julio Borges, após dizer no Twitter que a Venezuela está entre os três países com menores números de vacinados na América Latina, afirmou que "isto é responsabilidade de Maduro, que não negociou vacinas a tempo, politicou o acordo do Covax e mentiu sobre as vacinas Sputnik V".

De acordo com o opositor, o país "vacinou contra a covid-19 apenas 1,6% da população", ou seja, menos de 500 mil pessoas, e que Maduro é "o principal responsável pela morte de mais venezuelanos a cada dia" por complicações da doença. Dados oficiais contabilizam 2.337 mortes por covid-19 na Venezuela desde o início da pandemia.

O governo informou, através da imprensa estatal, a chegada de 930 mil doses de vacinas repartidas em várias viagens e datas, mas, na semana passada, o ministro da Saúde, Carlos Alvarado, detalhou que o país conta com 1,48 milhão de unidades, sem revelar em que momento foram recebidas outras as 550 mil e de onde procedem.

Borges não especificou se, nos cálculos expostos, tratava de um dos dois números fornecidos pelo governo ou de um número diferente dos números oficiais.

O ex-deputado exigiu que "a ditadura", como o grupo de Guaidó costuma chamar o governo, "acelere a chegada das vacinas", uma vez que "não pode continuar brincando com as vidas dos venezuelanos mais vulneráveis e dos profissionais de saúde".

Segundo os dados mais recentes do governo, a Venezuela soma 210.116 casos de covid-19, dos quais mais de 90% já se recuperaram da doença.

Na terça-feira passada, Maduro disse que espera a "vacinação em massa" para agosto, com 70% da população vacinada, afirmação à qual nem a oposição nem diversas organizações nacionais deram credibilidade, levando em conta o ritmo da chegada das vacinas ao país.